Jorge Jesus em pouco tempo devolveu ao torcedor a auto-estima que andava arranhada pela fama de ficar sempre no cheirinho. O português, no melhor estilo do futebol brasileiro, encheu os olhos de quem queria ver em campo a bola rolando de pé em pé e a busca incessante pelo gol.
Vieram os títulos e mesmo na previsível derrota para o Liverpool, o orgulho da nação flamenguista seguiu irretocável pelo bom desempenho do time naquela decisão. Só que na vida e no futebol tudo tem hora pra acabar.
Se Jesus optar em voltar para Portugal e se acertar mesmo com o Benfica, o Flamengo vai demorar para se encontrar. Não será apenas a troca de um técnico por outro. O respeito que ele adquiriu no grupo ajudou a segurar as pontas diante de tantas lambanças que os dirigentes fizeram fora das quatro linhas.
Tenho observado que por motivos óbvios muita gente tem evitado usar a palavra mito, inclusive esse escriba. Afinal ela ficou desgastada por ser utilizada por fanáticos em direção a uma pessoa que de mito não tem nada.
Jorge Jesus, no entanto, merece ser chamado de mito, lenda e muito mais. Que a torcida do Flamengo respeite a decisão do treinador, seja ela qual for, e agradeça pelo ano incrível que teve nesse período.