A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, reagiu de maneira firme à iniciativa do Flamengo, que protocolou nesta segunda-feira (8) um pedido formal à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para padronizar os gramados do país. Incluindo a sugestão de banir campos sintéticos, como o do Allianz Parque. A dirigente acusa o rival de agir movido por interesses particulares e de espalhar informações falsas sobre o tema.
"Em relação a essa discussão sobre a qualidade dos gramados do Brasil, infelizmente, é algo que vem sendo pautado pelo clubismo. O fato é que não há qualquer evidência científica de que os campos sintéticos ofereçam maior risco de lesão aos atletas", afirmou a presidente.
Leila sustentou que o clube colhe resultados positivos desde a adoção do gramado artificial, em 2020.
"Inclusive, desde que implementou o gramado artificial no Allianz Parque, em 2020, o Palmeiras é um dos clubes da Série A com menor número de jogadores lesionados. Portanto, as alegações feitas pela atual gestão do Flamengo não passam de fake news", completou.
Leila cutuca gramado do Maracanã
No ofício enviado à CBF, o Flamengo argumenta que "gramados artificiais não oferecem condições adequadas para um futebol de alto rendimento". Além disso, cita estudos que supostamente indicariam "risco à saúde, aumentando o número de lesões e causando demais problemas pelo contato com o plástico".
Em resposta, Leila devolveu críticas ao estado do Maracanã e questionou as preocupações do presidente do Flamengo.
"Se a atual gestão do Flamengo, comandada pelo presidente Bap, estivesse realmente preocupada com a qualidade dos gramados do Brasil, o campo do Maracanã não seria tão ruim quanto é. Aliás, o Flamengo, no dia em que tiver um estádio próprio, pode instalar nele o tipo de gramado que quiser."
"O Palmeiras tem estádio próprio e optou por colocar um gramado artificial. Eu também tenho um estádio, a Arena Crefisa Barueri, e decidi pela implementação do piso sintético. O mais importante é respeitarmos as regras da Fifa e a integridade física dos atletas, sem clubismo e sem fake news", completou.
Rivalidade dentro e fora de campo
O embate não é isolado. Afinal, Palmeiras e Flamengo travaram disputas intensas dentro de campo ao longo da temporada, incluindo brigas pelo Brasileirão e pela Libertadores, ambas vencidas pelo clube carioca. Fora das quatro linhas, as diretorias passaram o ano em confronto, especialmente após o questionamento rubro-negro sobre a divisão dos repasses de direitos de transmissão da Libra. Leila aproveitou para relembrar o episódio e cutucar novamente a gestão flamenguista.
"Fico contente que a atual gestão do Flamengo demonstre, enfim, algum interesse em contribuir com a melhora do futebol brasileiro. Durante este ano, eu participei de vários debates com presidentes de outros grandes clubes, nos âmbitos da CBF e da Libra, e o Flamengo sempre se omitiu", disse a mandatária.
Aliás, na documentação protocolada, o clube da Gávea sugere que gramados sintéticos deixem de existir na Série A até o fim de 2027 e, na Série B, até dezembro de 2028. O presidente da CBF, Samir Xaud, comentou brevemente o tema, indicando que a discussão ainda deve se alongar.
"É uma questão de cada clube. Cada um tem o seu estádio e o seu campo. Gramado é uma coisa que ainda vamos parar para acertar e discutir. Há clubes que têm sintético e clubes com naturais, cada um vai defender o seu lado. A gente vai chegar a uma hora que vamos ter de sentar e discutir isso", disse o presidente da CBF.
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