Os três títulos nacionais conquistados pelo Palmeiras nos últimos quatro anos têm grande influência de Dudu. Autor de dois gols na final da Copa do Brasil de 2015, foi capitão e um dos destaques no Brasileiro de 2016, e agora em 2018 o craque da campanha que rendeu a décima conquista nacional para o Verdão. Sua segunda taça do Brasileiro o solidifica como um ídolo e deve lhe render também prêmios individuais, mas pode ser a última pelo Verdão.
Isto porque esta relação já esteve muito perto de acabar em julho, quando o Guangzhou Evergrande (CHN) lhe ofereceu um salário de mais de R$ 2 milhões por mês, além de R$ 32 milhões em luvas no momento da assinatura do contrato. Mesmo que não fosse o melhor momento do camisa 7, o presidente Maurício Galiotte decidiu que não iria vendê-lo.
Até chegar neste ponto, contudo, o assunto preocupou bastante a diretoria. Enquanto os chineses mandavam oferta atrás de oferta, o clube, que semanas antes havia vendido Keno, tentava achar alguma opção no mercado para substituir Dudu. Como não a encontrou e em março havia renovado - com bonificação - o contrato do atacante até 2022, a cúpula sentenciou: goste ou não, Dudu permaneceria.
O baixinho não escondeu a frustração nos primeiros dias, inclusive na internet. Ele não conseguiu mostrar com Roger Machado durante todo o ano o mesmo rendimento em seus melhores momentos no clube, o que viria a acontecer só com o retorno de Felipão, com quem já havia trabalhado no Grêmio, em 2014.
A relação de pai e filho entre os dois ajudou a recuperar o atacante, que virou o ponto de desequilíbrio na arrancada especialmente do segundo turno. Quando o Verdão embalou de forma invicta, Dudu consolidou-se como o maior garçom e jogador mais caçado do Brasileiro. Foi decisivo. Tanto que depois do jogo contra o Vasco ouviu Felipão e seus companheiros colocá-lo como o craque do Brasileiro.
- Eu procuro fazer meu trabalho, agradeço as palavras do Felipão, um técnico especial para mim. Fico feliz pela amizade e carinho dele. E tenho só a agradecer a ele pelo carinho, mas como eu falei, o craque da competição foi o elenco, que rodou bastante. A gente sabe como é difícil a competição, e rodar o grupo e conquistar com todos é o que levo para mim - comemorou o camisa 7.
Ao mesmo tempo, ampliou suas marcas no clube: já dono de todas as estatísticas do Allianz Parque (número de jogos, vitórias, gols e assistências), passou o número de jogos de Edmundo, outro camisa 7 histórico do Verdão e com quem costuma trocar elogios nas redes sociais.
O chapéu de 2015 em São Paulo e Corinthians pagou-se e é, provavelmente, o maior acerto da gestão de Alexandre Mattos. Dudu começou a se destacar sob o comando de Felipão há quatro anos e agora com o técnico acaba 2018 como um dos melhores jogadores do Brasil.
A torcida sonha em vê-lo assim por mais tempo, mas ao que tudo indica desta vez será difícil evitar a saída do mais recente ídolo em mais uma janela internacional. Se este foi o adeus, difícil ser melhor.