O Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) se reuniu na manhã desta sexta-feira para discutir o andamento dos preparativos para os Jogos de 2016, no Rio de Janeiro. Sob comando do presidente Thomas Bach, a entidade cobrou um assunto em específico: a despoluição da baía de Guanabara.
Pela primeira vez desde que o Rio ganhou de Chicago, Madri e Tóquio a oportunidade de organizar a primeira Olimpíada na América do Sul, a organização do Rio 2016 promete unir forças com o Estado nesta árdua e lenta missão.
Até então, o comitê do Rio 2016 estava funcionando mais como um órgão fiscalizador da meta de que a baía de Guanabara - palco das competições de iatismo, por exemplo - atingisse o nível de 80% de despoluição. O fato é que o próprio secretário estadual de Meio Ambiente, André Corrêa, já admitiu que a meta, estipulada no caderno de encargos da candidatura, é impossível.
Na última segunda, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, no primeiro dia de encontro da Comissão de Coordenação do COI, afirmou que "se a gente não chegar até a 80%, o importante é que já saímos de 17 para 49". Diante da cobrança, o presidente do comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, após o encontro, admitiu que "nós acompanharemos a melhoria da qualidade de água na baía. Eles questionaram sobre isso".
"Nós podemos ajudar. Assim que tivermos mais detalhes de como será isso, vamos divulgar para vocês", completou Nuzman. A ideia inicial é promover uma campanha junto aos moradores do Rio de Janeiro para que não joguem qualquer tipo de resíduo na baía - uma prova de que o Rio 2016 deverá ser mais atuante no caso daqui por diante.
Diante da morosidade do poder público e das declarações de representantes de que tal legado ficaria para a população, a presidente do Cocon, a marroquina Nawal El Moutawakel, foi simples e direta na entrevista, na última quarta, que encerrou a oitava visita de avaliação dos preparativos para 2016: "80% nos foi prometido, e é o que esperamos que seja atingido".