Temporada de 2025 expõe um dos anos mais difíceis da história recente do Grêmio

Temporada 2025 gremista foi marcada por fracassos esportivos, crise financeira, mudanças políticas e um ano sem títulos, encerrado com vaga na Sul-Americana

31 dez 2025 - 14h24
(atualizado às 14h24)
Grêmio
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Foto: Divulgação / Grêmio FBPA / Esporte News Mundo

O ano de 2025 ficará marcado como um período de frustração para o Grêmio. Diferentemente de temporadas anteriores, em que ao menos o título estadual amenizava os problemas, o clube encerrou o calendário sem conquistas, eliminado precocemente das principais competições e apenas com um discreto nono lugar no Campeonato Brasileiro, suficiente apenas para garantir vaga na Copa Sul-Americana.

Mudança no comando técnico encerra ciclo histórico no clube

O último ano da gestão de Alberto Guerra começou com uma ruptura simbólica. Após um longo período à frente do time, Renato Portaluppi decidiu não permanecer no cargo. Para substituí-lo, o Grêmio apostou em Gustavo Quinteros, então em alta após conquistar o Campeonato Argentino com o Vélez Sarsfield, anunciado ainda no final de 2024.

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Início promissor no Gauchão termina em frustração

As primeiras rodadas do Campeonato Gaúcho criaram expectativas elevadas. Vitórias expressivas contra Caxias, Monsoon e São Luiz empolgaram a torcida. No entanto, o cenário mudou radicalmente nas finais. O Internacional venceu por 2 a 0 na Arena e confirmou o título estadual com empate no Beira-Rio, encerrando o sonho gremista do octacampeonato consecutivo.

Quinteros não resiste após sequência negativa

A perda do título estadual acelerou o desgaste da comissão técnica. Pouco depois da final, uma derrota acachapante por 4 a 1 diante do Mirassol selou a demissão de Gustavo Quinteros, apenas seis partidas após a decisão do Gauchão.

Mano Menezes e Felipão assumem missão de recuperação

Diante de um início irregular no Brasileirão e de classificações sofridas na Copa do Brasil, a diretoria promoveu mudanças em abril. Mano Menezes foi contratado como técnico, enquanto Luiz Felipe Scolari assumiu uma nova função de coordenação técnica, numa tentativa de resgatar a estabilidade esportiva e emocional.

Eliminação na Copa do Brasil agrava crise gremista

A resposta em campo demorou a aparecer. Em maio, o Grêmio foi eliminado pelo CSA na terceira fase da Copa do Brasil, após derrota em Maceió e empate sem gols em Porto Alegre. A eliminação frustrou o planejamento financeiro do clube, que previa avançar ao menos até as quartas de final do torneio.

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Ano eleitoral intensifica turbulência política no clube

Com a pausa no calendário devido ao Mundial de Clubes, o ambiente político ganhou protagonismo. Em meio ao processo eleitoral, o empresário Marcelo Marques anunciou candidatura à presidência, despertando expectativas entre os torcedores. No entanto, divergências internas e disputas nos bastidores levaram à sua desistência definitiva. O cenário eleitoral acabou polarizado entre Paulo Caleffi e Odorico Roman, que acabou sendo eleito.

Antes de sair do processo eleitoral, Marcelo Marques protagonizou um dos movimentos mais relevantes da história recente do clube. Com recursos próprios, investiu cerca de R$ 130 milhões para retirar o Grupo Metha da gestão da Arena e eliminar penhoras sobre o estádio. Com a complementação da operação pelo próprio Grêmio, o clube passou a ter controle total da Arena pela primeira vez desde sua inauguração.

Novo ambiente na Arena não impede nova eliminação continental

A mudança na administração do estádio trouxe reflexos positivos no clima com a torcida, incluindo ações promocionais para atrair público. No entanto, dentro de campo, os resultados continuaram negativos. Em julho, o Grêmio foi eliminado pelo Alianza Lima nos playoffs da Copa Sul-Americana, após derrota no Peru e empate em casa.

Derrota para o Sport marca ponto crítico da temporada

O momento mais delicado ocorreu em agosto, quando o Grêmio perdeu na Arena para o Sport, então lanterna do Brasileirão e ainda sem vitórias. Apesar da pressão externa, a diretoria optou por manter Mano Menezes no comando.

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Reforços tentam evitar risco de rebaixamento

Com o fantasma da queda rondando, a direção intensificou a atuação no mercado. Chegaram reforços experientes e decisivos, como Carlos Vinicius, Balbuena, Marcos Rocha, Arthur, Noriega e Willian. Para viabilizar as contratações e regularizar compromissos financeiros, o clube contou com um empréstimo de R$ 63 milhões de Marcelo Marques, com pagamento diluído ao longo de décadas.

Reação no clássico reacende esperança no Brasileirão

A virada de chave aconteceu em setembro, com a vitória por 3 a 2 sobre o Internacional no Beira-Rio, resultado que teve impacto direto também no rival. A partir dali, o Grêmio conseguiu somar pontos importantes e afastar o risco imediato de rebaixamento.

Lesões comprometem rendimento do elenco

Apesar da reação, uma série de lesões graves impediu o aproveitamento pleno dos reforços. Jogadores importantes ficaram afastados por longos períodos, o que limitou as opções da comissão técnica e comprometeu a regularidade da equipe até o fim da temporada.

Crise financeira se agrava e vira prioridade da nova gestão

Nos bastidores, a situação econômica se mostrou crítica. O clube precisou recorrer a novos empréstimos para quitar salários e compromissos básicos. O atraso no pagamento de vencimentos e a rescisão com a patrocinadora máster, além de punições da Fifa, expuseram o tamanho do desafio herdado pela nova diretoria.

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Já sob a presidência de Odorico Roman, o Grêmio contratou a consultoria Ernst & Young para realizar uma auditoria completa. O objetivo é mapear a dívida real do clube e estruturar um plano de recuperação financeira que devolva estabilidade ao Tricolor nos próximos anos.

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