Caso Aranha: gremistas terão que ir a DP durante jogos

24 nov 2014 - 12h20
(atualizado às 13h35)

Patrícia Moreira ficou conhecida em todo o Brasil por ter sido flagrada xingando o goleiro Aranha de "macaco" na partida entre Grêmio e Santos no dia 28 de agosto, pela Copa do Brasil. Na manhã desta segunda-feira, ela e mais três torcedores se apresentaram ao Foro Central de Porto Alegre para audiência suspendeu parcialmente o processo instaurado contra eles por injúrias raciais ao arqueiro santista.

<p>Patrícia não poderá frequentar jogos do Grêmio por 10 meses</p>
Patrícia não poderá frequentar jogos do Grêmio por 10 meses
Foto: Reprodução

Além de Patrícia, foram acusados Eder Braga, Fernando Ascal e Ricardo Rychter. Eles se apresentaram perante o juiz Marco Aurélio Xavier para ouvir a proposta da suspensão condicional do processo, que determinava que os acusados precisarão se apresentar à 2ª Delegacia de Pronto Atendimento da capital gaúcha uma hora antes e uma hora depois de cada jogo oficial do Grêmio durante dez meses, medida que vale desde outubro como cautelar pedida pelo Ministério Público.

Publicidade

Portanto, o acordo segue até dia 29 de agosto de 2015 e a acusação de injúria racial foi retirada - a pena prevista por esse crime vai de um a três anos de reclusão e multa. Eles tiveram a opção de, ao invés de se apresentar, usar tornozeleira eletrônica, mas nenhum aceitou essa proposta. No entanto, eles serão supervisionados por pelo menos dois anos, e caso cometam algum crime, terão que responder novamente não apenas pelo novo processo, mas também pelo antigo, que será reaberto.

Dada a repercussão do caso e a exposição de Patrícia, os envolvidos também acordaram que, de agora em diante, o caso correrá em segredo de Justiça.

"Estamos tentando preservar a vida particular dessas pessoas. Para elas não serem apenadas duplamente. Serão dois anos submetidos ao monitoramento judicial", afirmou o juiz após quase duas horas de audiência. 

Acompanha por seu advogado, Alexandre Rossato, Patrícia chegou de óculos escuros, ainda abalada com a repercussão, e se recusou a falar com a imprensa. Ao final da sessão, deixou o local por uma saída alternativa, acompanhado por um segurança do Foro Central.

Publicidade

"Patrícia perdeu a vida dela", diz advogado de gremista
Video Player
Relembre o caso

O episódio ocorreu no fim da etapa complementar do duelo entre Tricolor e Peixe pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no fim de agosto, na Arena do Grêmio, onde os visitantes venceram por 2 a 0. O goleiro Aranha tentou paralisar o jogo e reclamou com o árbitro que estava sendo alvo de xingamentos racistas por parte da torcida, mas o juiz mandou seguir.

Patrícia foi flagrada pelas câmeras do canal ESPN chamando Aranha de "macaco", e sofreu uma grande exposição. Ela perdeu o emprego e precisou deixar sua residência, que foi apedrejada, pichada e incendiada. Atualmente, vive reclusa e faz tratamento psiquiátrico.

O caso ainda culminou na eliminação do clube gaúcho do torneio pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Gazeta Esportiva
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se