Mesmo depois de 24 anos sem disputar uma semifinal de Copa Libertadores, o Peñarol-URU, terceiro maior vencedor da competição, com cinco títulos, mostrou nesta quinta-feira que não está desacostumado a decisões continentais. Na partida de ida, dentro de casa, venceu o Vélez Sarsfield-ARG por 1 a 0, garantiu vantagem rumo à final da competição e, de quebra, acabou com a eficiência do rival no mata-mata.
Até esta quinta-feira, o Vélez Sarsfield havia vencido seus quatro confrontos do mata-mata, eliminando com propriedade LDU-EQU e Libertad-PAR. Agora precisará reagir dentro de casa na próxima quinta-feira, em Buenos Aires, para manter o sonho da conquista continental. Uma vitória por 2 a 0 basta. Se devolver o placar de 1 a 0, leva a decisão para os pênaltis. Vitória por um gol de diferença ou empate não são suficientes.
O adversário de uma das equipes na final sairá do confronto entre Santos e Cerro Porteño-PAR, que se enfrentaram no Pacaembu na quarta-feira, com vitória da equipe brasileira por 1 a 0. Na última vez em que Peñarol e Vélez Sarsfield chegaram a uma decisão de Libertadores, se sagraram campeões: os uruguaios sobre o América de Cali-COL, em 1987; os argentinos sobre o São Paulo, em 1994.
O jogo
A rivalidade entre uruguaios e argentinos esquentou o clima antes da partida no Estádio Centenário, em Montevidéu. As equipes fizeram uma partida equilibrada, marcada pela forte marcação do Peñarol, que conseguiu anular durante boa parte do confronto a qualidade técnica do Vélez Sarsfield. E o fez sem abrir mão da ofensividade. A primeira boa oportunidade foi criada pelo anfitrião.
Aos 6min, Mier acertou belo chute de fora da área e Barovero espalmou bonito por cima da linha. A resposta argentina veio aos 18min, quando Alvarez chegou na linha de fundo e cruzou para Martínez emendar de primeira. Sosa evitou o gol do Vélez. Aos poucos, o visitante foi equilibrando a partida. Quando ameaçava dominar de vez as ações, o Peñarol conseguiu inaugurar o placar no Centenário.
Aos 44min, Aguiar cobrou escanteio e Dario Rodríguez se adiantou à zaga para desviar de cabeça, tirando a bola de Barovero. A vantagem adquirida para a segunda etapa tranqüilizou o Peñarol, mas também deixou-o bem mais cauteloso. Na volta ao confronto, a equipe sofreu com falta de criatividade e suou para conseguir levar a bola ao ataque. Foi bem na marcação, por outro lado.
O Vélez pressionou cada vez mais o Peñarol em seu campo de defesa e, aos 11min, teve um gol anulado. González cruzou na área e, na segunda trave, Martínez tentou completar para o gol. A bola bateu em seu braço e sobrou fácil para estufar as redes, o que foi visto como irregularidade pela arbitragem do paraguaio Carlos Amarilla. O jogador não contestou a marcação.
O Peñarol passou a sair mais para o contra-ataque, preocupando a equipe do Vélez Sarsfield. Apesar do domínio da posse de bola, a equipe argentina não conseguiu furar a defesa. A partir dos 40min, a retranca passou a ser declarada, com os onze jogadores atrás do meio-campo. O visitante rodou a bola, tentou lançamentos e cruzamentos, mas não conseguiu evitar o tropeço.
Peñarol 1 x 0 Vélez Sarsfield
Gols
Peñarol:
Rodríguez, aos 44min do primeiro tempo
Peñarol: Sosa; González, Valdez, Guillermo Rodríguez e Darío Rodríguez; Corujo (Estoyanoff), Freitas, Aguiar e Mier (Albin); Olivera (Alonso) e Martinuccio. Técnico: Diego Aguirre
Vélez Sarsfield: Barovero; Cubero, Domínguez, Ortiz e Papa; Fernández (Bella), Razzotti, Zapata e Álvarez; Martinez (Ramirez) e Santiago Silva. Técnico: Ricardo Gareca
Cartões amarelos
Peñarol: González e Aguiar
Vélez Sarsfield: Martinez e Zapata
Árbitro
Carlos Amarilla (Paraguai)
Local
Estádio Centenário, em Montevidéu (Paraguai)
