PARIS - Dembélé chegou ao tapete vermelho do Teatro do Châtelet, nesta segunda-feira em Paris, sob gritos de "Ousmane Ballon d'Or, Ousmane Ballon d'Or", vindos de centenas de torcedores que se aglomeraram na frente do local da cerimônia da Bola de Ouro. O mesmo grito cantado pela torcida e pelo elenco do Paris Saint-Germain desde a conquista inédita da Liga dos Campeões da Europa, dia 31 de maio em Munique.
A consagração de Ousmane Dembélé como o melhor jogador do mundo da temporada 2024/2025 veio acompanhada novamente dos gritos no mesmo ritmo, logo depois que Ronaldinho Gaúcho abriu o envelope e anunciou o nome do vencedor. No discurso da vitória, o novo Bola de Ouro se emocionou e chorou no palco enquanto fazia os agradecimentos e lembrava de sua trajetória.
Além do PSG e de seus companheiros atuais, ele fez questão de agradecer também ao seus ex-clubes: o Rennes, Borussia Dortmund e Barcelona. No momento em que falou da família, o atacante foi às lágrimas, e posteriormente sua mãe subiu ao palco.
Do lado de fora do teatro, a multidão de torcedores parisienses só aumentou e foi ao delírio com a conquista, fazendo a festa com bandeiras, sinalizadores e fogos de artifício.
Por estar lesionado, Dembélé foi um dos poucos atletas do Paris que compareceram à cerimônia organizada pela revista France Football. A maioria do elenco não esteve no evento, pois no mesmo momento a equipe estava jogando o clássico contra o Olympique de Marselha, que foi adiado no domingo por causa das condições meteorológicas, no sul da França. Nesta segunda, o PSG acabou derrotado por 1 a 0.
Além de Dembélé, Desiré Doué e João Neves, que também estão machucados, não atuaram e estavam na Bola de Ouro. Por outro lado, os outros indicados do PSG foram desfalques na festa: Hakimi, Nuno Mendes, Vitinha, Fabián Ruiz, Kvaratskhelia e o técnico Luís Enrique. O presidente Nasser Al-Khelaifi optou por não viajar a Marselha e prestigiou a premiação em Paris. Foi o dirigente catari que subiu ao palco para receber o troféu de melhor equipe da temporada.
"É uma pena que nem todos estejam aqui. Nem todos os jogadores, o treinador e o diretor esportivo estão aqui para comemorar. Mas este troféu conclui uma temporada 2024/2025 muito boa, na qual dominamos o futebol mundial. Vamos tentar reviver isso, porque é lindo", afirmou Dembélé.
Do fracasso ao sucesso
A Bola de Ouro coroa uma reviravolta na carreira de Dembélé, que atingiu o sucesso no PSG depois de fracassar no Barcelona. O atacante francês foi contratado pelo clube parisiense em agosto de 2023 e herdou a camisa 10 do brasileiro Neymar, que foi negociado dias depois. Em duas temporadas no Paris, Dembélé evoluiu bastante. Destaque em um time forte coletivamente armado pelo técnico Luís Enrique, o jogador de 28 anos teve números expressivos na última Champions League, com oito gols marcados e seis assistências, em 15 jogos disputados.
Foi decisivo na conquista inédita da taça e eleito pela Uefa como o melhor da competição. No total da temporada passada, foram 35 gols e 16 assistências, em 53 jogos. Além do título europeu que tem peso importante na votação, ganhou também o Campeonato Francês, a Copa da França, a Supercopa da França e a Supercopa da Uefa. Antes disso, em seis temporadas no Barcelona, o melhor desempenho dele foi em 2018/2019, com 14 gols e 7 assistências, em 42 partidas. Dembélé também sofreu com lesões no clube catalão.
Aplausos para os parisienses e vaias pra Yamal
A conquista de Dembélé e do Paris Saint-Germain e dos outros indicados do clube foram celebradas com gritos e cantos, nesta segunda, dentro do Teatro do Châtelet. A festa parisiense foi comandada por convidados que estavam presentes da cerimônia, entre eles muitos jovens que colocaram um ambiente de torcida organizada no local.
No momento que foi mostrado no telão um vídeo com lances de Dembélé e Lamine Yamal, os dois finalistas do prêmio principal da noite, houve muitos aplausos para o francês e vaias para o espanhol. O mesmo já tinha acontecido antes na entrega do Troféu Kopa, para o melhor jogador jovem. Enquanto Desiré Doué e João Neves foram ovacionados, o ganhador Yamal foi vaiado por muitos. O brasileiro Estevão, ex-Palmeiras, ficou em quarto lugar e teve reação indiferente por parte dos fãs.
Donnarumma, que ganhou como melhor goleiro, Luís Enrique, eleito o melhor treinador, mas que não estava presente, também receberam bastante apoio.
Novo boicote do Real Madrid
Assim como aconteceu na Bola de Ouro do ano passado, o Real Madrid boicotou novamente o evento nesta temporada e não enviou nenhum representante, nem atletas e nem dirigentes para a cerimônia desta segunda-feira em Paris. A atitude é por causa do que aconteceu na premiação de 2023/2024, quando o clube foi informado às vésperas da cerimônia de que o brasileiro Vinicius Júnior não ganharia o troféu de melhor do mundo, que acabou indo para o meia espanhol Rodri, do Manchester City. Este ano, Mbappé, Vini Jr. e Bellingham foram indicados ao prêmio de jogador, Huijsen, ao Troféu Kopa (melhor jovem) e Curtois, ao Troféu Yashin (melhor goleiro), mas nenhum deles acabou sendo eleito.