FPF rebate Romário e diz não ser única a usar laboratórios não credenciados

Um dia depois das críticas realizadas pelo deputado federal Romário, a Federação Paulista de Futebol emitiu comunicado em tom contemporizador a respeito do controle antidoping realizado em suas competições. De acordo com a FPF, é normal que a análise dos exames seja feita em laboratório não credenciado pela Wada, a agência mundial de antidopagem. A Federação admitiu, porém, que em resultados adversos costuma realizar a contraprova em laboratórios ligados à Wada.

No comunicado, a Federação confirma a afirmação de Romário, já que os exames são feitos pelo Controle de Dopagem no Laboratório de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), não credenciado à Wada. Lembra, porém, que 13 instituições esportivas destinam suas amostras ao mesmo laboratório. 

Nas redes sociais, Romário fez protestos contra o modo de trabalho da Federação Paulista em texto divulgado na terça-feira. O deputado se disse preocupado com a "saúde dos atletas a longo prazo" e com a "disputa desleal"  em seu comunicado. Em 2007, curiosamente, o deputado foi pego em exame antidoping que continha a substância finasterida - utilizada, entretanto, para conter a queda de cabelos.

Abaixo, confira a nota emitida pela Federação Paulista na íntegra:

A Federação Paulista de Futebol realiza Controle de Dopagem nas partidas de Futebol Profissional desde o ano de 1982.

As amostras de urina, coletadas nestes Controles de Dopagem, são enviadas ao Laboratório de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).

A Universidade de São Paulo é pioneira nas análises de urina tendo reputação e reconhecimento em âmbito nacional e internacional no meio desportivo e no atendimento para Polícia Federal, Instituto de Criminalística e Hospitais Universitários.

Existem 13 (treze) instituições esportivas que enviam os materiais, urina, para análise de Controle de Dopagem no Laboratório de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), dentre elas: Federação Paulista de Bicicross, Confederação Brasileira de Fisiculturismo, Confederação Brasileira de Musculação e Fitness, Associação Brasileira de Estudos e Combate ao Doping, Associação Brasileira de Squash, Jockey Club de São Paulo, Jockey Club de Sorocaba, Confederação Brasileira de Lutas, Confederação Brasileira de Levantamentos Básicos etc.

Os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento na área de Controle de Dopagem do Laboratório de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) se iniciaram no ano de 1974, com a renomada Professora Doutora Ester de Carmargo F. Moraes, sendo continuado pelo Professor Doutor Ovandir Alves Silva, Professora Doutora Regina Lucia de Moraes e atualmente, pelo Professor Doutor Mauricio Yanomane.

No Brasil, inúmeras Confederações e Federações fazem Controle de Dopagem no futebol, como por exemplo, o Acre, Paraná e São Paulo que utilizam Laboratórios dos seus próprios Estados.

No cenário esportivo sul-americano, todos os Exames/Controles de Dopagem realizados em competições nacionais, Copa Sudamericana e Libertadores nos países Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile são analisados nos Laboratórios de Controle de Dopagem das respectivas cidades/países, que não são acreditados pela WADA.

Na situação específica de um Laboratório não credenciado com WADA, tendo um Resultado Analítico Adverso no Frasco A, o Frasco B da mesma Amostra (contraprova) é enviada a um Laboratório credenciado WADA para a confirmação e, ou complementação da análise do Frasco A. Esta é uma prática realizada entre Laboratórios do Mundo todo, que dão a confirmação do Resultado Analítico Adverso e sustentação jurídica para a apreciação dos diversos Tribunais de Justiça Desportiva. Responsável pelo controle antidoping da Federação Paulista de Futebol