Rafinha mede apenas 1,65 metro. Segundo ele, muita gente tentou desmotivá-lo a seguir a carreira de jogador de futebol. Muito pequeno. Mas miudinho e veloz o atacante do Flamengo passou como uma flecha pelos altos zagueiros do Vasco. Marcou um golaço em arrancada do meio de campo e participou dos lances de dois gols. Estreia antológica em um clássico.
“É uma emoção muito grande fazer um jogo assim. Falaram que eu não ia conseguir ser jogador por causa do meu tamanho. Algumas vezes isso machuca. Mas se não fosse o gigante Golias não haveria Davi”, disse o jovem, 19 anos, que mostrou que também não decepciona com as palavras. “Não tenho medo, confio em mim. O que tenho dentro de mim é muito maior que qualquer obstáculo que vier.”
Rafinha se emocionou ao sair de campo. A voz embargou. Também pudera. “Fiquei emocionado porque me lembrei da minha mãe, de tudo que passei para chegar aqui. Muita gente torce por mim desde que viemos de Brasília. Todo mundo é rubro-negro. O sonho da minha avó era ter um filho jogador. Isso aconteceu com o neto.”
Destacar-se em um clássico é para poucos. Tanto que Rafinha já recebeu os primeiros grandes elogios de companheiros e do técnico Dorival Junior. “A mobilidade do Rafinha com agressividade é o mais importante. Ele não tem receio de fazer uma jogada individual, faz muito bem a penetração na vertical. Tem personalidade para, no momento de uma marcação encaixada, desmobilizar a defesa”, disse o técnico. “O menino é exuberante, é um grande jogador”, afirmou o colega Cléber Santana.
O menino tenta conter a empolgação. “Assim como hoje fiz um gol, amanhã posso não fazer. A memória de todo mundo é curta. Hoje já passou. Tem que matar um leão todo dia. Hoje me aplaudiram, mas amanhã podem me vaiar. Vamos ir com os pés no chão para ser alguém na vida", concluiu.
