Ao deixar um clube da Série A, com a competição em curso, e migrar para outro da mesma divisão, Rogério Ceni tomou uma decisão rara, e polêmica, no futebol brasileiro. Normalmente, a troca de técnico ao longo do principal campeonato do País se dá quando um clube demite seu treinador e contrata quem está fora do mercado.
Nos últimos anos, cresceu o número de protestos de treinadores quanto à rotatividade a que são submetidos no Brasil. Reclamam, em geral, de que lhes falta tempo para mostrar trabalho. Rogério Ceni foi na contramão dessa premissa ao aceitar proposta do Cruzeiro e largar o Fortaleza.
Por isso, sua atitude tem recebido críticas, como a de seu colega Mano Menezes, afastado exatamente do Cruzeiro, e ainda de vários comentaristas esportivos e até do locutor da TV Globo, Galvão Bueno, entre outros.
No início deste ano, a CBF divulgou uma pauta de propostas para a reunião do Conselho Técnico da Série A do Brasileiro. Entre as quais, uma que estabelecia o limite de troca de técnicos durante a competição – com a permissão de apenas uma alteração. Os próprios clubes a vetaram, sob o olhar contrariado dos treinadores.
Para se ter uma ideia dessa instabilidade vivida por esses profissionais, no Brasileiro de 2018 somente três equipes não tiveram mudança de técnico ao longo do campeonato: Internacional, com Odair Hellmann, Grêmio, com Renato Gaúcho, e o próprio Cruzeiro, cujo casamento com Mano Menezes durou três anos.