- Fábio de Mello Castanho
- Direto de Londres
No meio de Dempsey, Jenas, Nani, Ryen Nelson, Vincenzo Grella, Edson Braafheid, Chung-Yong Lee e Robert Koren, só deu Alexandre Pato no lançamento simultâneo de dez uniformes organizado pela Nike em Londres, na última quinta-feira.
Único entre os atletas presentes no evento que corre sério risco de ficar fora da Copa do Mundo, o atacante teve seu dia de Ronaldo, ou Cristiano Ronaldo se preferir. Os xarás formam cada um em sua época a dupla de ouro da Nike no futebol, mas não puderam comparecer em um dos dias que a marca ganhará mais visibilidade no ano do Mundial.
A competição é vista pela empresa como uma ameaça à liderança no segmento esportivo, alardeada ainda sem números oficiais durante os dois dias do evento Nike Innovation Summit. A concorrente Adidas é a patrocinadora oficial da Copa e tem em seu elenco craques como Kaká.
Na quarta, a estrela Cristiano Ronaldo ainda deu uma força para a sua patrocinadora cumprir o objetivo ao lançar a chuteira que usará na Copa do Mundo. Já Ronaldo está com a cabeça no Corinthians e causaria constrangimento se voltasse a vestir a camisa da Seleção sem nunca ter sido convocado por Dunga.
Sem poder contar também com Robinho, Adriano, Ronaldinho e Luís Fabiano por restrições de seus respectivos clubes, a Nike chamou Pato para representar o uniforme do único país pentacampeão e atender os mais de 300 jornalistas reunidos na capital inglesa para cobrir o lançamento.
Ao subir no palco, ficou nítido quem seria a estrela da noite. Todas as câmeras tinham a direção da camisa verde e amarela, e consequentemente de Alexandre Pato. Seus adversários de Copa ficaram todos em segundo plano.
Acabado o desfile, hora de atender a imprensa. Enquanto os jogadores das outras seleções davam entrevistas tranquilas, Pato se viu cercado por dezenas de pessoas. Quem chegasse ao local poderia ficar com a sensação de que o cantor do momento daria um show em Londres.
Tímido com toda a situação, Pato primeiro respondeu a todas as perguntas em português. Explicou que trabalhará para poder vestir aquela camisa novamente - ele não é convocado desde a Copa das Confederações de 2009 - e que ela é mais apertada do que o normal.
Depois de muita confusão, atendeu jornalistas de todo o mundo. Respondeu o que acha da seleção do México, do Chile, do grupo da morte da Copa e até do futebol turco, que sequer está no Mundial. Político, elogiou todos os "futebóis" do mundo, sendo específico apenas com o "forte Chile de Sanchez", jogador da Udinese que enfrentou recentemente com o Milan.
Encerrou a entrevista antes de conseguir opinar sobre o que acha da Eslovênia ou da Guatemala. Ainda iria prosseguir a maratona com mais uma rodada de perguntas, desta vez apenas por parte dos italianos, mas já se mostrava surpreso com tanto assédio. "Nunca dei tanta entrevista na minha carreira", resumiu.
O repórter Fábio de Mello Castanho viajou a Londres a convite da Nike.