"Popstar" por acaso, Pato tem dia de Ronaldos em Londres

26 fev 2010 - 07h47
(atualizado em 4/3/2010 às 14h25)
Fábio de Mello Castanho
Direto de Londres

No meio de Dempsey, Jenas, Nani, Ryen Nelson, Vincenzo Grella, Edson Braafheid, Chung-Yong Lee e Robert Koren, só deu Alexandre Pato no lançamento simultâneo de dez uniformes organizado pela Nike em Londres, na última quinta-feira.

Único entre os atletas presentes no evento que corre sério risco de ficar fora da Copa do Mundo, o atacante teve seu dia de Ronaldo, ou Cristiano Ronaldo se preferir. Os xarás formam cada um em sua época a dupla de ouro da Nike no futebol, mas não puderam comparecer em um dos dias que a marca ganhará mais visibilidade no ano do Mundial.

A competição é vista pela empresa como uma ameaça à liderança no segmento esportivo, alardeada ainda sem números oficiais durante os dois dias do evento Nike Innovation Summit. A concorrente Adidas é a patrocinadora oficial da Copa e tem em seu elenco craques como Kaká.

Na quarta, a estrela Cristiano Ronaldo ainda deu uma força para a sua patrocinadora cumprir o objetivo ao lançar a chuteira que usará na Copa do Mundo. Já Ronaldo está com a cabeça no Corinthians e causaria constrangimento se voltasse a vestir a camisa da Seleção sem nunca ter sido convocado por Dunga.

Sem poder contar também com Robinho, Adriano, Ronaldinho e Luís Fabiano por restrições de seus respectivos clubes, a Nike chamou Pato para representar o uniforme do único país pentacampeão e atender os mais de 300 jornalistas reunidos na capital inglesa para cobrir o lançamento.

Ao subir no palco, ficou nítido quem seria a estrela da noite. Todas as câmeras tinham a direção da camisa verde e amarela, e consequentemente de Alexandre Pato. Seus adversários de Copa ficaram todos em segundo plano.

Acabado o desfile, hora de atender a imprensa. Enquanto os jogadores das outras seleções davam entrevistas tranquilas, Pato se viu cercado por dezenas de pessoas. Quem chegasse ao local poderia ficar com a sensação de que o cantor do momento daria um show em Londres.

Tímido com toda a situação, Pato primeiro respondeu a todas as perguntas em português. Explicou que trabalhará para poder vestir aquela camisa novamente - ele não é convocado desde a Copa das Confederações de 2009 - e que ela é mais apertada do que o normal.

Depois de muita confusão, atendeu jornalistas de todo o mundo. Respondeu o que acha da seleção do México, do Chile, do grupo da morte da Copa e até do futebol turco, que sequer está no Mundial. Político, elogiou todos os "futebóis" do mundo, sendo específico apenas com o "forte Chile de Sanchez", jogador da Udinese que enfrentou recentemente com o Milan.

Encerrou a entrevista antes de conseguir opinar sobre o que acha da Eslovênia ou da Guatemala. Ainda iria prosseguir a maratona com mais uma rodada de perguntas, desta vez apenas por parte dos italianos, mas já se mostrava surpreso com tanto assédio. "Nunca dei tanta entrevista na minha carreira", resumiu.

O repórter Fábio de Mello Castanho viajou a Londres a convite da Nike.

Em dia de modelo, Pato é assediado por jornalistas durante evento da Nike em Londres
Em dia de modelo, Pato é assediado por jornalistas durante evento da Nike em Londres
Foto: Getty Images
Fonte: Terra
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