O técnico Luiz Felipe Scolari se mostrou incomodado com a longa viagem até a Coreia do Sul para enfrentar os donos da casa em amistoso com a Seleção Brasileira neste sábado, às 20h (horário local, 8h de Brasília), em Seul. Apesar dos elogios aos anfitriões da partida, o técnico do Brasil se mostrou contrariado com a longa viagem que a delegação fez para poder jogar na Ásia. Os integrantes da delegação que partiram do Brasil chegaram a viajar por 30 horas.
"Nossa preparação foi: 30 horas de avião, um dia na piscina para descansar e recuperar, e dois treinos leves. Com a diferença de fuso horário, é muito difícil para nós chegarmos aqui e jogarmos", disse Felipão, com respostas curtas à imprensa sul-coreana.
Para os jornalistas brasileiros, o técnico da Seleção se mostrou um pouco mais solto em sua entrevista. Felipão explicou como o desgaste da viagem afetou seus convocados e criticou até mesmo a empresa responsável pela organização dos amistosos, por conta das dificuldades impostas pela logística dos jogos.
"Se vocês observaram o treinamento de ontem (quinta-feira), tinha jogadores em tempo descoordenado. A bola picava, não se sabia o tempo de bola. Para quem vinha de 30 horas de viagem, ou de 12 horas da Europa, são três dias aqui. Muda a rotina, a forma de jogar, e a coordenação é afetada. Essa coordenação afetada faz com que a gente não tenha o posicionamento correto", disse o técnico, que foi além.
"É isso que a gente tem falado para quem detém os jogos, para a empresa que detém os jogos: que pense um pouco na parte técnica. Sabemos que é importante para todo mundo técnica, valores, mas fica um pouco mais difícil nos organizarmos", acrescentou.
Após o amistoso contra a Coreia do Sul, o Brasil viaja para a China, onde enfrentará a Zâmbia no dia 15, em Pequim. Passados os dois amistosos, a Seleção só volta a se encontrar em novembro, para um amistoso a ser confirmado contra Honduras, dia 16. No entanto, para quarta-feira, a primeira preocupação de Felipão é com a volta para casa de seus jogadores.
"O que a gente tem falado a eles é que, depois do jogo, tenham o cuidado para chegar minimamente em melhores condições, para que o clube não tenha prejuízos. A gente gostaria de ter jogado na Europa, que estaria a seis ou sete horas do Brasil", disse o treinador, que admite que gostaria "que a gente não tivesse essa dificuldade com os clubes". "O cuidado do departamento médico com os jogadores é muito grande. Dá-se as melhores condições que a gente pode dar aqui", completou.
Apesar do cansaço da viagem, o treinador não admite que o desgaste diminua o rendimento dos atletas em campo. "Eu vou cobrar dos jogadores 100%, e vocês (jornalistas) vão ter que cobrar de mim 100%. Estamos representando o Brasil, independente se temos cansaço ou não, se o jogador sente o fuso horário ou não. Dentro do vestiário, sei o quanto devo cobrar meus atletas", acrescentou.
