O Brasil tem condições de, em pouco tempo, se tornar destino comum a clubes e seleções europeias em pré-temporadas. De acordo com Frederico Nantes, que foi gerente de instalações do Comitê Organizador da Copa do Mundo, agora é preciso que os times que foram beneficiados pelo Mundial saibam se vender no exterior. "Todo mundo teve visibilidade e agora tem que vender o peixe lá fora", afirmou.
Nantes lembrou que, além dos gramados de alto padrão deixados da Copa, outros estádios, centros de treinamento e hotéis, cerca de 18 mil itens foram comprados pelo COL e deixados como legados, como traves de 12 centímetros de diâmetro, redes, cortadores de grama, marcadores de campo de jogo, bandeirinhas de escanteio, entre outros.
"Antes o medo era se chegariam aqui e encontrariam um aeroporto em bom estado. Agora sabem que há também organização e estrutura", afirmou. O executivo citou como exemplo um hotel na Bahia, que reformou seu campo mas acabou não sendo escolhido por nenhuma seleção.
"Agora, com a Fifa divulgando em seu site uma relação de lugares para treinamento no Brasil, eles já receberam propostas de clubes europeus", revelou. No total foi investido cerca de US$ 6 milhões em gramados e equipamentos.
Depois do Mundial, o Brasil tem cerca de 83 instalações prontas para receberam clubes de outros países com toda a qualidade. "Tenho certeza que vai aumentar e muito o interesse de clubes e seleções de irem ao Brasil treinar". Atualmente, clubes do norte da Europa (Alemanha, Holanda e Russia) param seus campeonatos em janeiro e fevereiro por conta do inverno rigoroso e fazem intertemporadas no sul de Portugal ou Espanha. E agora podem começar a rumar ao Brasil.
Presidente do COL, Ricardo Trade lembrou do caso da Federação Capixaba, que mesmo sem ser grande centro do futebol, trabalhou muito junto ao COL e à CBF, apresentou ótimas instalações e acabou sendo escolhida por Austrália e Camarões como sede no Mundial.