Ao ser eliminado na segunda fase da Copa do Brasil pelo Afogados-PE, em fevereiro, o Atlético-MG se viu diante de um turbilhão – como deixar escapar a oportunidade de ganhar quantias volumosas com sua permanência na competição, perdendo a vaga para um time sem expressão, da Quarta Divisão Nacional? Parece contraditório, mas essa saída precoce da Copa do Brasil pode representar hoje uma grande vantagem do Galo na sua luta pelo título do Brasileiro.
A queda na Copa do Brasil se deu em fevereiro, mesmo mês em que o Atlético-MG também se despediu de outra competição muito cedo. Nem sequer avançou à segunda fase da Copa Sul-Americana, superado pelo Unión de Santa Fé, da Argentina.
Logo após os dois vexames, o clube contratou Jorge Sampaoli, anunciado no início de março pelo presidente Sérgio Sette Câmara. Com alguns reforços, o time começou a mostrar serviço até que veio a interrupção total do futebol por causa da pandemia da covid-19.
A retomada das competições, em julho e agosto, chegou com surpresas. A queda repentina de rendimento do Flamengo, a precariedade do futebol apresentado pelo Palmeiras e a inconstância de Internacional, Grêmio e São Paulo são alguns exemplos.
Com mais tempo para treinar e recuperar jogadores com lesões ou dores musculares, o Atlético-MG já tira proveito de ter se preocupar apenas com o Brasileiro, do qual é o líder. Isso ocorre exatamente num momento em que os jogos envolvendo grandes clubes do País passam a se dar num ritmo acelerado, notadamente para seus adversários mais diretos na briga pela conquista do campeonato nacional.
Flamengo, Palmeiras, Internacional, Grêmio e São Paulo estão envolvidos com Libertadores e Copa do Brasil e já começam a sentir o efeito da maratona de jogos a que se submetem, com problemas diversos, incluindo o de desfalques em razão da contaminação pela covid-19. Enquanto isso, o Galo vai somando pontos com atuações convincentes. Não se considera favorito, mas alimenta cada vez mais a esperança de chegar entre os primeiros do Brasileiro.
“Nosso planejamento prevê que terminemos o campeonato entre os quatro melhores. O que vier além disso é lucro. Claro que se concentrar numa só competição ajuda, tem o seu lado positivo”, disse ao Terra o presidente do Galo, Sérgio Sette Câmara.