Fábio vai a prisão para "falar de Deus" com goleiro Bruno

22 abr 2014 - 21h19
(atualizado às 21h55)
Fábio comemora gols que deram ao Cruzeiro classificação às oitavas de final da Copa Libertadores
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Foto: AFP

Condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo sequestro, cárcere, assassinato e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio, o goleiro Bruno recebeu uma visita ilustre nos últimos dias. O arqueiro do Cruzeiro, Fábio, foi até o presídio Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, com o pastor Jorge Linhares para “falar de Deus” com o detento.

“Foi uma visita para falar de Deus. Uma moça que trabalha na penitenciária frequenta a mesma igreja que eu há muito tempo e eu gostaria de ter feito essa visita já. Fizemos orações e não falamos sobre futebol”, comentou o celeste em entrevista a rádio Itatiaia.

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Condenado em 2013, mas preso desde 2010 quando o caso foi revelado e Bruno saiu do caderno esportivo para as folhas policiais, o ex-flamenguista agora vive a expectativa de se transferir para a cidade de Montes Claros, onde poderá voltar a treinar. O atleta firmou contrato com um clube da região e, se tiver a autorização, conseguirá trabalhar no time do norte de Minas Gerais.

Fábio, porém, ressaltou que a conversa foi apenas para falar sobre Deus para Bruno e se mostrou contente com o novo caminho adotado pelo presidiário. “Ele está tranquilo, está bem e procura a Deus”, completou. Há semanas, em entrevista a revista Placar, Bruno admitiu que tentou suicídio no presídio e pediu para voltar a jogar.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

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No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi condenado a 22 anos em abril de 2013.

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Fonte: Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra Marcellus Madureira Rodrigues de Oliveira - ME - Especial para o Terra
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