A Seleção Brasileira conhecerá nesta sexta-feira (05), às 14h, horário de Brasília, os seus adversários na fase de grupos da Copa do Mundo. O sorteio realizado em Washington é o primeiro passo já nos Estados Unidos rumo à conquista do hexa. Entretanto, para chegar lá, o Brasil teve muitas dificuldades e um ciclo tumultuado nas Eliminatórias.
Na qualificatória, a Seleção terminou apenas na quinta colocação, com 28 pontos, oito vitórias, quatro empates e seis derrotas. Raphinha, com cinco gols, terminou como artilheiro do time. O Jogada10 preparou uma retrospectiva para lembrar de como foi a campanha do Brasil nas Eliminatórias, desde Fernando Diniz até a chegada de Carlo Ancelotti.
O entusiasmo e a queda de Diniz
Depois de três amistosos no primeiro semestre de 2023, com duas derrotas e uma vitória, sob o comando de Ramon Menezes, a Seleção estreou nas Eliminatórias em setembro de 2023. Com Fernando Diniz dividindo funções entre o time nacional e o Fluminense, o Brasil goleou a Bolívia por 5 a 1, em Belém. Rodrygo e Neymar, duas vezes, e Raphinha marcaram os gols da partida. No jogo seguinte, em Lima, nova vitória, desta vez contra o Peru, com gol salvador de Marquinhos nós acréscimos.
Porém, na segunda janela de jogos, em outubro daquele ano, as coisas começaram a desandar. No duelo contra a Venezuela, em Cuiabá, o Brasil até saiu na frente, com gol de Gabriel Magalhães. Entretanto, sofreu o empate e não conseguiu ter força para desempatar. No confronto seguinte, derrota para o Uruguai por 2 a 0 no Centenário. A partida ficou marcada pela grave lesão de Neymar, que não viria a atuar mais nas Eliminatórias.
Sem o principal craque do time, a Seleção iria para a janela mais complicada de jogos em novembro. Em Barranquilla, até chegou a sair na frente contra a Colômbia, com gol de Gabriel Martinelli. Entretanto, o time não conseguiu segurar Luis Díaz, que virou o marcador para os donos da casa. Se a situação já estava complicada, piorou, pois Vini Jr recebeu o segundo amarelo e ficou de fora da partida seguinte, contra a Argentina, no Maracanã. Depois de uma confusão antes da bola rolar, vitória dos hermanos por 1 a 0, a primeira derrota do Brasil dentro de casa na história das Eliminatórias.
Fim de ano com a Seleção na sexta colocação na tabela, com sete pontos, e fim de ciclo para Fernando Diniz, demitido nos primeiros dias de 2024.
A era Dorival Júnior
Sem acordo com Carlo Ancelotti, a CBF contratou Dorival Júnior para comandar a Seleção. Depois de uma estreia promissora em amistosos na Europa, veio uma campanha complicada na Copa América, com eliminação nas quartas de final. O primeiro jogo pelas Eliminatórias aconteceu apenas em setembro de 2024. Em Curitiba, uma partida muito fraca tecnicamente, e vitória brasileira com gol chorado de Rodrygo. Na sequência, uma partida que evidenciou os problemas do time. O Brasil não se encontrou no Defensores del Chaco e perdeu para o Paraguai pelo placar mínimo.
Na Data Fifa de outubro, um clima de muita tensão antes das partidas. A comissão técnica estava pressionada, com rumores de demissão caso os resultados não viessem. Em Santiago, o clima piorou quando o Brasil saiu atrás contra os chilenos. Entretanto, Igor Jesus buscou o empate antes do intervalo. Na segunda etapa o time cresceu e Luiz Henrique, nos minutos finais, deu a vitória que aliviou a situação da equipe. A situação se repetiu no duelo contra o Peru, em Brasília. A Seleção saiu na frente com gol de Raphinha, de pênalti, mas não fazia boa atuação. Porém, no segundo tempo, se reencontrou, com mais um gol do jogador do Barcelona. Andreas Pereira, de voleio, e Luiz Henrique fecharam a maior goleada brasileira nas Eliminatórias.
Com os resultados positivos, o clima ficou mais leve e a esperança era de bons jogos em novembro. Porém, a frustração veio logo na primeira partida. Em Maturín, Raphinha até chegou a abrir o marcador em uma bela cobrança de falta. Entretanto, a Venezuela empatou logo no começo do segundo tempo. Vini Jr ainda teve a chance da vitória brasileira, mas desperdiçou um pênalti. Para fechar o ano, o compromisso era com o Uruguai, em Salvador, e o jogo foi bem complicado. A Celeste abriu o placar com Valverde e o Brasil chegou ao empate com Gerson, mas não saiu disso. A Seleção terminou 2024 na quinta colocação, com 18 pontos e uma ameaça de ficar de fora da Copa.
Goleada e fim de ciclo para Dorival
Dorival Júnior precisava dar uma resposta em 2025. Neymar parecia ser a arma secreta do treinador. Após empolgar em seu retorno ao Santos, o craque chegou a ser convocado na primeira lista do ano. Entretanto, sofreu uma lesão e ficou de fora dos jogos. Sob muita pressão, o Brasil iria encarar a Colômbia em Brasília. Logo nos primeiros minutos, Raphinha abriu o marcador de pênalti. O que poderia ser uma vitória tranquila se perdeu pelo caminho. Os colombianos empataram o jogo e a Seleção não conseguia se encontrar. Quando o empate parecia consumado, Vini Jr arriscou de longe, a bola desviou na marcação e foi para as redes. Um resultado festejado, mas que não escondeu a dificuldade técnica do time.
Na rodada seguinte, veio a tragédia anunciada. No confronto contra a Argentina no Monumental Núñez e o time estava completamente perdido. Os hermanos abriram 2 a 0 com menos de 20 minutos de jogo. Matheus Cunha ainda tentou dar ânimo novo ao descontar. Porém, os donos da casa ampliaram o marcador antes do intervalo e transformaram o placar em goleada no segundo tempo. 4 a 1, um resultado devastador que pôs fim à passagem de Dorival Júnior na Seleção Brasileira.
Chegada de Ancelotti e vaga na Copa
Em seu último ato na presidência da CBF, Ednaldo Rodrigues conseguiu trazer Carlo Ancelotti para comandar a Seleção. Depois de uma novela envolvendo o Real Madrid, o italiano chegou ao país e já teve que trabalhar. Em sua estreia, um jogo complicado e empate sem gols contra o Equador, em Guayaquil. No seu segundo jogo, por conta dos outros resultados, o treinador já poderia garantir a vaga antecipada na Copa do Mundo. Assim aconteceu. Com gol de Vini Jr e uma boa atuação, o Brasil venceu o Paraguai na Neo Química Arena e, mesmo com uma campanha irregular, carimbou o passaporte para a América do Norte.
Em setembro, vieram os últimos compromissos, já sem muito peso, com a possibilidade de fazer testes. A despedida como mandante aconteceu no Maracanã, contra o Chile. Em um jogo leve, solto e tranquilo, o Brasil venceu por 3 a 0, com gols de Estêvão, Lucas Paquetá e Bruno Guimarães. Para encerrar as Eliminatórias, o desafio era a altitude de El Alto contra a Bolívia, que lutava por uma vaga na repescagem. Marcando a pior campanha na história do torneio, a Seleção perdeu por 1 a 0.
Depois do término das Eliminatórias, Ancelotti ainda teve mais quatro partidas para observar os jogadores. Goleada de 5 a 0 para cima da Coreia do Sul, derrota de virada para o Japão por 3 a 2, novo triunfo contra Senegal, por 2 a 0, e empate em 1 a 1 com a Tunísia. A expectativa é que o Brasil entre em campo na Data Fifa de março contra seleções europeias, antes de encarar o desafio da Copa do Mundo.
Confira os jogos da Seleção nas Eliminatórias:
08/09/2023 - Brasil 5 x 1 Bolívia
12/09/2023 - Peru 0 x 1 Brasil
12/10/2023 - Brasil 1 x 1 Venezuela
17/10/2023 - Uruguai 2 x 0 Brasil
16/11/2023 - Colômbia 2 x 1 Brasil
21/11/2023 - Brasil 0 x 1 Argentina
06/09/2024 - Brasil 1 x 0 Equador
10/09/2024 - Paraguai 1 x 0 Brasil
10/10/2024 - Chile 1 x 2 Brasil
15/10/2024 - Brasil 4 x 0 Peru
14/11/2024 - Venezuela 1 x 1 Brasil
19/11/2024 - Brasil 1 x 1 Uruguai
20/03/2025 - Brasil 2 x 1 Colômbia
25/03/2025 - Argentina 4 x 1 Brasil
05/06/2025 - Equador 0 x 0 Brasil
10/06/2025 - Brasil 1 x 0 Paraguai
04/09/2025 - Brasil 3 x 0 Chile
09/09/2025 - Bolívia 1 x 0 Brasil
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