Botafogo terá que pagar valor milionário ao Governo por ser SAF

8 jul 2025 - 18h46

A participação do Botafogo na Copa do Mundo de Clubes vai deixar marcas dentro e fora de campo, inclusive no caixa. O clube carioca, por ser uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), será o único representante brasileiro no torneio a recolher tributos à Receita Federal sobre a premiação recebida. Cabe ressaltar que os demais brasileiros seguem isentos por operarem sob outro modelo jurídico.

Escudo do Botafogo
Escudo do Botafogo
Foto: Escudo do Botafogo ( Divulgação/ Botafogo) / Gávea News

Estrutura empresarial traz obrigações fiscais

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De acordo com apuração da coluna de Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, a SAF alvinegra está sujeita ao regime unificado de arrecadação de tributos federais IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins e contribuição previdenciária. A alíquota aplicada é de 5% sobre os valores creditados em conta após deduções internacionais, como impostos locais e taxas da Fifa.

Isso porque, mesmo com o torneio sendo disputado nos Estados Unidos, e as receitas já enfrentando a carga tributária local, o Botafogo ainda terá que arcar com a tributação nacional. Por isso, uma fatia considerável da premiação de US$ 26,7 milhões (cerca de R$ 145,8 milhões) será destinada ao fisco brasileiro.

Outros clubes escapam da mordida do leão

Vale destacar que Palmeiras, Flamengo e Fluminense não enfrentarão o mesmo ônus. Esses clubes ainda operam como associações civis sem fins lucrativos, estrutura que os isenta da contribuição de 5% sobre premiações recebidas no exterior.

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Sendo assim, o Tricolor carioca, que já garantiu ao menos US$ 60,8 milhões, poderá reverter a totalidade desse montante em investimentos. O Palmeiras embolsou US$ 39,83 milhões, enquanto o Flamengo ficou com US$ 27,7 milhões, ambos livres da cobrança federal. Dessa maneira, a diferença estrutural entre SAF e associações convencionais se torna mais evidente e, neste caso, menos vantajosa ao Botafogo.

Uma escolha que tem peso no orçamento

Com isso, o modelo de SAF adotado pelo Botafogo se mostra eficiente na gestão e atratividade de investimentos, mas também carrega obrigações fiscais que impactam diretamente no retorno financeiro. Além disso, a situação acende o alerta para clubes que cogitam a transformação em SAF, porque decisões jurídicas e fiscais podem pesar tanto quanto os resultados em campo.

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