Betinho Marques - Deixe o Tom Hanks 'hablar' e ser o contador dessa história

Atlético ainda tem momentos de desconcentração durante o início das segundas etapas, mas não falta motivação para acreditar que o Galo voltou

11 abr 2024 - 22h45
Foto: Divulgação/Atlético Mineiro - Legenda: Milito tem tudo para se dar bem no comando do Atlético Mineiro / Jogada10

O Atlético voltou a ser Galo. Bastaram quatro partidas, uma pitada de estímulos, outra pílula de entendimento humano, um pentacampeonato e o desejo de sorte para o trem realinhar. Gabriel Milito chegou sem cerimônia, sem escolha, mas com a energia lá no alto. O ex-zagueiro já tinha muitas informações sobre o elenco e pelo que apuramos está, antes de tudo, em sintonia humana com elenco, criando vínculos.

Embora sejam necessárias as conexões humanas, um grupo experiente como o do Galo precisa ter confiança e perceber domínio de quem comanda. Ao fim da decisão do Mineiro, no fim de semana contra o Cruzeiro, as percepções se concretizaram nas falas dos atletas. Hulk mesmo ponderou:

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"Antes do primeiro treino ele já nos impressionou pelo domínio que tem".

Até aí, tudo normal numa fala de um atleta, se este não fosse a maior estrela da companhia e se os estímulos em campo não fossem visíveis.

Alguém vai perguntar: você está empolgado. São apenas quatro jogos, com o mesmo elenco, o que você viu tão diferente e substancial?

Então, anote aí:

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a - Na peleja contra o Rosário, com adversário, muitas vezes num 4-5-1, os dois gols aplicaram o mesmo princípio: a associação, a inversão do lado esquerdo congestionado atraindo o oponente e achando, objetivamente, o vazio do lado direito;

b - Um time que troca muitos passes, mas o faz com objetivos claros, buscando a geometria de triângulos e as aproximações para gerar linhas de passe, um time solidário na proposta de jogo;

c -  Se pensarmos individualmente, podemos falar de Alan Franco que voltou a se sentir importante e atuando como um "todo-campista", confiante e elegante;

d -  Alguém consegue conceber um Saravia tão pleno, tão constante como nos últimos jogos, atuando muito bem, inclusive como um zagueiro?

e - Arana já não podia ser titular. O que houve? Voltou a ter profundidade, mas se não pode avançar, gira, joga por dentro, recomeça, usa sua inteligência de jogo. Estímulos?

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Enfim, podia ficar elencando vários predicados de quatro pelejas, cerca de 400 minutos de jogo e dissertar ainda com mais elementos. Claro, o Atlético ainda tem momentos de desconcentração durante o início das segundas etapas, mas não falta motivação para acreditar que o Atlético voltou a ser Galo.

Milito no Galo

Milito vai errar, vai escalar mal, haverá dias ruins, será criticado inclusive por nós, mas o verbo esperançar, daqueles que usam ousar, está renovado. O desejo de conexão da alegria entre o Galo e o seu povo foi atualizado com sucesso.

Está tudo novo no ar. Gabriel Milito tem uma amostra de apenas quatro pelejas, mas o Atlético saiu de uma média de 1,7 gol/jogo com Felipão para 2,75. O rendimento do argentino é 83,3%, antes não chegava a 60%.

Mais uma vez, é tudo novo. Vão dizer para que o atleticano acalme a ansiedade, mas cabe dizer que Milito estreou com a casa pegando fogo, em final de Mineiro, estreia na Libertadores, sem melindres e sem massagem.

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Tem tudo para ser uma linda história de Gabriel Milito no Galo e que dure muito tempo para se contar. Até aqui, o Galo tem números, desempenho e o verbo esperançar. Deixe o Tom Hanks "hablar" e ser o contador dessa história.

Galo, som, sol e sal é fundamental.

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