Goleiro passou por procedimento no coração no auge da carreira e precisou de 'paciência’ para voltar

Matheus Cavichioli foi um dos destaques do Brasileirão de 2021 com a camisa do América-MG

16 nov 2025 - 05h00
Resumo
O goleiro Matheus Cavichioli superou um procedimento cardíaco complexo, que interrompeu sua ascensão no futebol em 2022, e com paciência e cuidados médicos retornou aos gramados, destacando-se novamente e esperando decisões sobre seu futuro.
Matheus Cavichioli com a camisa do América-MG, em 2023
Matheus Cavichioli com a camisa do América-MG, em 2023
Foto: Gledston Tavares/Eurasia Sport Images/Getty Images

O goleiro Matheus Cavichioli, de 39 anos, viveu o auge da carreira ao ajudar o América-MG a terminar o Brasileirão de 2021 na oitava colocação, conquistando vaga inédita na Copa Libertadores. A ascensão do catarinense, porém, foi 'paralisada' no início de 2022: a detecção de uma artéria parcialmente obstruída o levou a uma angioplastia no coração.

Da certeza do quadro à cirurgia, tudo aconteceu muito rápido, mas os sintomas já apareciam de maneira silenciosa. Primeiro, uma trombada em um jogo contra o Santos causou uma dor persistente e estranha no braço. Por pensar que o incômodo era apenas o impacto, ele não se preocupou.

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A primeira alteração clínica foi percebida nos exames de pré-temporada. Com resultados 'fora do normal', Cavichioli foi tirado no meio de um treinamento para ir ao hospital e realizar uma nova bateria de testes.

“Fui fazer esse exame e na tomografia tinha que aparecer, se não me engano, [no máximo] 65% de imagens escuras. Na minha apareceu mais de 80%. Nisso, o médico já me encaminhou para o catéter. Estava sem itens básicos para poder ir para o quarto, o doutor Leandro Penna deixou meu carro em casa e pegou algumas coisas para eu passar o fim de semana. O procedimento foi na segunda, deitei na maca, eles deram aquele gás e só acordei horas depois”, conta em conversa com o Terra.

O procedimento foi bem-sucedido, mas tirou o goleiro de combate por cerca de seis meses, impedindo-o de entrar em campo pela Libertadores. Após cerca de três meses de treinamentos e alguns jogos no banco de reservas, a volta aos gramados aconteceu na vitória por 3 a 1 sobre o Avaí, no dia 31 de julho.

“Me incomodava o fato de ter que fazer um exercício básico pós-procedimento. Eu tinha que ficar em pé, respirar e sentar. Era acostumado com treinos exaustivos. No início, era bem ofegante, mas questão de dois dias fazendo isso e já estava fácil. Ia para o hospital fazer esteira caminhando, mas perguntava se podia correr. Foi bem rápido, bem acima do esperado [a recuperação]. Claro que demorou, sem dúvida nenhuma, mas perto do que disseram que poderia ter demorado, foi muito rápido, continua.

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Matheus Cavichioli após cirurgia no coração, em 2022
Foto: Reprodução/Instagram/Matheus Cavichioli

Apesar de sua pressa e insistência para voltar aos treinamentos de alto nível, Cavichioli foi desacelerado pelos cuidados dos médicos do América, que o alertavam para os riscos dos primeiros meses. 

“Tinha um agravante que era tomar uma pancada e o sangue coagular e tudo mais. Eu ia para campo no início, mas não fazia trabalho com o grupo. Foi separado até passar o tempo certo para entrar com o grupo, para poder dividir uma bola, para poder tomar uma pancada. O clube teve um cuidado muito grande até eles terem a total certeza que eu poderia desempenhar de forma normal o dia a dia de treinos”, recorda sobre a retomada das atividades.

Após o procedimento, o goleiro aos poucos retomou o nível e lutou pela premiação de melhor da posição no campeonato de 2022. Mesmo que a rotina tenha mudado com a inclusão diária de remédios para o coração, a volta foi como seria para qualquer outra lesão, segundo ele. 

Com o problema cardiológico no passado, Cavichioli aguarda uma definição sobre o futuro após defender as cores do Ferroviário, do Ceará, neste ano. De sua casa, ele viu o caso de Oscar, que apresentou uma intercorrência com alterações cardiológicas e precisou ser internado durante exames de pré-temporada do São Paulo.

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Embora não goste de usar a palavra ‘conselho’, o goleiro sugeriu que o meio-campista do Tricolor Paulista tenha sabedoria para filtrar os comentários que vai ouvir neste momento e, acima de tudo, seja paciente para o futuro. 

“Da mesma forma que o Brasil tem milhões de treinadores que entendem muito de futebol, em determinado momento aparecem milhões de médicos que entendem muito de tudo sobre o problema que alguém pode ter. Ele vai ler e ouvir muita coisa que vai passar pelos olhos, mas já vai se apagar, vai entrar num ouvido e sair no outro. Ele deve ouvir principalmente quem está acompanhando ele. Se a gente não tiver uma cabeça boa, pode atrapalhar. Algo simples acaba ficando demorado e duvidoso em função do lado psicológico”, completa.

Fonte: Portal Terra
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