Veja os produtos que mais subiram de preço no ano passado

Entre as maiores altas em 2021 estão vários itens ligados aos transportes, como etanol, gasolina, diesel e pneus

11 jan 2022 - 15h06
(atualizado às 15h34)

Andar de carro e tomar um cafezinho ficaram muito mais caros no ano passado. Etanol, gasolina, café e açúcar estão entre os itens que tiveram a maior elevação de preços no ano passado, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 10,06%, a taxa mais elevada desde 2015, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Em relação aos carros, também estão na lista das maiores altas o óleo diesel, gás veicular, transporte por aplicativo e pneu. E, entre os alimentos, a mandioca, pimentão, mamão, fubá, filé mignon e frango.

Publicidade

Em 2021, 88% dos produtos e serviços investigados tiveram elevação de preços. Apesar da disseminação de itens com aumentos, os 10 maiores impactos sobre a inflação de 2021 responderam juntos por 58,65% da alta do IPCA - são itens que têm um peso muito maior nos orçamentos das famílias. O campeão, nesse aspecto, foi a gasolina, com encarecimento de 47,49% e impacto de 2,34 ponto porcentual, seguido pela energia elétrica, 21,21% mais cara (0,98 ponto porcentual).

Etanol ficou até 53,68% mais caro em 2021
Etanol ficou até 53,68% mais caro em 2021
Foto: Reprodução

Os demais vilões do orçamento das famílias no ano foram automóvel novo (alta de 16,16% e impacto de 0,48 ponto porcentual); gás de botijão (36,99% e 0,41 ponto); etanol (62,23% e 0,41 ponto) e refeição fora de casa (7,82% e 0,29 ponto).

Entre os grupos, o resultado de 2021 foi puxado, principalmente, pelos Transportes, com alta de 21,03% e impacto de 4,19 pontos porcentuais. Habitação subiu 13,05%, com contribuição de 2,05 pontos porcentuais, enquanto o grupo Alimentação e Bebidas aumentou 7,94%, com impacto de 1,68 ponto porcentual. Os três grupos responderam conjuntamente por cerca de 79% do IPCA de 2021.

Custos maiores

A inflação elevada no País em 2021 foi resultado, sobretudo, de uma pressão de custos, avaliou Pedro Kislanov, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE. A melhora da pandemia, possibilitada pelo avanço da vacinação da população contra a covid-19, resultou em recuperação da demanda no segundo semestre, mas os aumentos de preços monitorados pelo governo foram preponderantes no ano, como combustíveis, energia elétrica e gás de botijão.

Publicidade

"Teve alta da demanda, principalmente no segundo semestre, pelo aumento da circulação de pessoas, melhora da pandemia, mas alguns setores ainda têm sofrido bastante. Inclusive agora, com a variante ômicron, talvez alguns setores que estão em recuperação podem ter algum prejuízo, como é o caso das passagens aéreas", disse.

O pesquisador lembra que houve melhora recente no emprego, mas o rendimento real do trabalhador permanece deprimido, "o que diminui o poder aquisitivo das pessoas". "O segundo semestre teve retomada de fato da demanda, mas não dá pra falar ainda em retomada econômica de fato", resumiu.

O IPCA acelerou de alta acumulada de 3,77% no 1º semestre de 2021 para 6,07% no 2º semestre. Kislanov lembra que o dólar valorizado ante o real também faz os preços de produtos importados se manterem em patamar elevado.

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se