As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) iniciaram a terça-feira em alta ante os ajustes anteriores, enquanto os investidores avaliavam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada mais cedo.
Às 10h05, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,03%, em alta de 6 pontos-base ante o ajuste de 12,967% da sessão anterior. Na ponta longa, a taxa do DI para janeiro de 2035 estava em 13,44%, em alta de 7 pontos-base ante o ajuste de 13,371%. O rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- caía 2 pontos-base, a 4,165%.
O documento mostrou que o BC reconhece que houve uma melhora na conjuntura, mas não o suficiente para se iniciar uma discussão sobre o início do ciclo de corte de juros.
A ata traz percepções mais positivas sobre o cenário internacional, os preços correntes e as expectativas de mercado, ponderando que vetores inflacionários ainda se mantêm adversos.
"O Comitê avalia que a condução cautelosa da política monetária tem contribuído para se observar ganhos desinflacionários e, mais uma vez, reafirma o firme compromisso com o mandato do Banco Central de levar a inflação à meta", disse o BC no documento.
O BC melhorou o tom de sua avaliação em relação ao encontro de novembro a respeito do cenário econômico doméstico, apontando que vê uma diminuição da inflação corrente, e não apenas "certa diminuição". A ata ainda mencionou "a redução" nas expectativas de mercado para os preços, deixando de falar em "alguma redução", embora tenha destacado que essas previsões ainda estão acima da meta de 3%.
A autarquia também retirou menção feita em novembro de que "a desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida", mas manteve o trecho que avalia que ambientes com expectativas desancoradas elevam o custo da desinflação.
"Uma mudança importante na ata é o reconhecimento da melhora no cenário atual, com o cenário externo mais benigno, principalmente via câmbio, favorecendo a queda na inflação de bens industriais e alimentos", destacou Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter.
Ainda assim, "o Comitê não parece inclinado a reduzir a taxa Selic em janeiro, apesar da recente melhora nas perspectivas para a inflação", avaliou Caio Megale, economista-chefe da XP.
Nesse contexto, a XP manteve seu cenário de início do ciclo de cortes de juros em março, com previsão de seis cortes consecutivos de 50 pontos-base, com a Selic encerrando 2026 em 12,00%.
Além da ata, os agentes também ficarão atentos na agenda doméstica desta terça-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que às 11h30 participa do encontro anual de gestores da Caixa e às 16h vai à reunião do Conselho de Participação Social, entre outros compromissos.
Outro ponto de atenção na semana será a divulgação do Relatório de Política Monetária do BC, que sai na quinta-feira, com entrevista coletiva do presidente do BC, Gabriel Galípolo, na sequência.