Sim, é bom ter um sócio: entenda as razões práticas

Os sócios devem se comprometer com a excelência da empresa

13 abr 2023 - 06h00
Foto: Adobe Stock

Ter sócio é bom em todos os momentos, inclusive nos piores, em que o dono de uma empresa individual ou sem sócio não tem com quem desabafar ou dividir suas angústias.

Sem dúvidas um sócio pode ser a chave do sucesso, porém alguns cuidados devem ser considerados quando se decide ter um ou vários sócios. O sócio deve acrescentar. Deve ser ético. Deve conhecer bem o mercado em que vai atuar. Deve comungar dos mesmos princípios e valores dos demais sócios. Deve ter capacidade de liderança. 

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Cada sócio, de preferência, deve responder por alguma área da empresa. Um sócio deve ser complementar. Se todos são bons na mesma função, fica difícil a divisão de tarefas dentro da sociedade.

Não há necessidade de divisão em partes iguais na sociedade. Quem tem maior capacidade de geração de negócios, traduzida no final por receita, pode e deve ter maior participação. A melhor forma de medir a capacidade do sócio é verificar o que ele consegue transformar de uma ideia em receita concreta ou sua capacidade de fazer prospecção e trazer novos clientes. Não adianta ser famoso, bem-falante, se no final isso não for traduzido em resultados concretos.

É necessário definir por escrito o papel de cada um

O negócio tem de ter personalidade própria, ou seja, os bens, direitos e obrigações não pertencem aos sócios, mas à empresa, pessoa jurídica, até que se definam os destinos desses bens, como por exemplo os lucros acumulados.

Os sócios devem estar comprometidos com a continuidade do negócio, propiciando benefícios a si próprios, aos herdeiros, aos empregados e às futuras gerações.

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E a empresa deve estar acima dos interesses pessoais. O interesse coletivo deve prevalecer sobre o individual. As operações na empresa não devem, portanto, envolver situações particulares, inclusive as retiradas de valores por conta de lucro ou de pró-labore. Deve-se especificar claramente, no início do ano, quanto cada um retirará a título de pró-labore. Os lucros devem, sempre que possível, ser distribuídos apenas no início do ano seguinte, desde que a empresa tenha caixa para tanto.

Recomenda-se, para pagamento do lucro, que seja feito um cash flow de, no mínimo, seis meses para checar se a empresa realmente não terá necessidade de dinheiro no período.

Devem-se respeitar as diferenças pessoais. Os sócios devem se comprometer com a excelência da empresa. Devem praticar e reforçar os valores da empresa, e ter compromisso com a ética e a transparência.

O contrato de abertura da empresa pode ser elaborado por contadores, mas com a supervisão de um advogado especializado.

(*) Antônio Lino Pinto é consultor de gestão e autor dos livros “Pequenas agências, grandes resultados” (2011), “Abri minha agência, e agora?” (2013), “Gestão em agências de propaganda” (2017) e “Gestão para empreendedores” (2022).

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