Presidente do UBS alerta sobre risco de atrasos em integração com CS

13 mai 2024 - 15h03
(atualizado às 16h54)

O presidente-executivo do UBS, Sergio Ermotti, alertou nesta segunda-feira que qualquer atraso na integração de tecnologia e dados do banco com o Credit Suisse corroerá economias de custo planejadas e afirmou que espera conduzir o processo até 2027.

Sob o comando de Ermotti, que retornou ao banco no ano passado após a compra do Credit Suisse, o UBS enfrenta um ano importante em que deve combinar sistemas de tecnologia da informação e migrar clientes.

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"Estamos bastante convencidos de que nosso risco real são atrasos, em vez de nossa capacidade de execução", disse Ermotti em evento da Reuters.

O UBS está integrando 300 dos 3.000 aplicações do Credit Suisse e o banco está tentando reduzir os riscos para os clientes à medida que combina as plataformas, disse ele.

"O risco real é ter que atrasar a realização de sinergias. Portanto, nesse sentido, é claro, precisamos planejar e ser confiáveis no que fazemos. Estou confiante de que estamos caminhando na direção certa", acrescentou Ermotti.

A migração dos clientes do Credit Suisse para as plataformas do UBS começa este ano e a meta de desativar 30% dos aplicativos do Credit Suisse será o "máximo" que poderemos alcançar em 2024, disse o presidente-executivo.

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O UBS espera uma economia de custos de 13 bilhões de dólares com a aquisição, que, segundo Ermotti, resultará principalmente da redução do número de funcionários, mas também da fusão dos sistemas de TI.

O executivo se recusou a falar sobre demissões, dizendo apenas que serão um "exercício doloroso". O banco, que emprega mais de 111mil pessoas, tentará reduzir a força de trabalho por meio de aposentadorias antecipadas, atritos e terceirização, sempre que possível, mas os cortes de pessoal são "inevitáveis", disse ele.

Ermotti, de 64 anos, reconheceu que, no esforço para concluir a integração, há o risco de que o UBS perca o foco na IA generativa.

Em um cenário competitivo que "muda muito rapidamente", é vital que a equipe tenha as "melhores ferramentas para ter sucesso", disse ele.

NÃO ULTRAPASSAR OS LIMITES

Ermotti se comprometeu a liderar o UBS "no mínimo" até que a integração seja concluída, no final de 2026 ou início de 2027.

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Isso significa que falar de planejamento de sucessão não está no topo de sua lista de tarefas, embora ele pretenda apresentar candidatos internos, como fez quando deixou o UBS pela última vez em 2020.

"Nosso objetivo é realmente aumentar drasticamente as chances de termos um candidato interno", disse ele.

O executivo afirmou que  a compra do Credit Suisse significa que o UBS já precisava colocar e lado 20 bilhões de dólares extras em capital.

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