A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou nesta terça-feira o rating da petroleira OGX, do empresário Eike Batista, de "CCC-" para "D", após o não pagamento de juros sobre bônus no exterior com vencimento nesta terça-feira.
"Não esperamos que a empresa pague os juros devidos dentro do período de cura de cinco dias úteis estabelecidos em nosso critério, e acreditamos que isso sinaliza um default generalizado e que a empresa reestruturará sua dívida", informou a S&P, em nota.
"Essa expectativa se baseia na geração de fluxo de caixa quase nula da OGX e na sua posição de liquidez apertada. As reservas de caixa da empresa somavam aproximadamente US$ 326 milhões em 30 de junho de 2013", acrescentou a agência de risco.
Pela manhã, a OGX informou que decidiu não pagar cerca de US$ 45 milhões em juros sobre bônus de US$ 1,1 bilhão no exterior com vencimento em 2022, e que o contrato dos títulos garante à companhia 30 dias para adotar as medidas para que não seja caracterizado o vencimento antecipado da dívida.
A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira. No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos antes consideradas promissoras.
Com pouco dinheiro disponível e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de R$ 280 milhões ao governo por direitos exploratórios.
A OGX espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa. A Petronas, porém, aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio de US$ 850 milhões com a petroleira brasileira. No total, apenas em bônus no mercado internacional a OGX tem dívida de US$ 3,6 bilhões.