Política monetária mais dura não impediria alta do dólar frente ao real, diz Morgan Stanley

22 out 2021 - 15h15

Um Banco Central mais duro na política monetária não seria suficiente para reverter a direção de alta do dólar contra o real neste momento, avaliou o Morgan Stanley em nota na qual recomendou posicionamento no mercado de opções tendo como barreira dólar de 5,90 reais.

Nota de 1 dólar
26/05/2020
REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração
Nota de 1 dólar 26/05/2020 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração
Foto: Reuters

Para o banco norte-americano, uma guinada "hawkish" (para uma política monetária mais restritiva) é uma condição necessária para ajudar a conter parte da volatilidade no câmbio, particularmente porque os preços dos ativos sugerem que o mercado atualmente vê o Bacen como a principal âncora para a estabilidade financeira.

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"No entanto, embora uma aceleração no ritmo de aumentos dos juros limitasse parte da potencial performance mais fraca do câmbio, não vemos isso como suficiente para reverter a trajetória de alta do dólar ante o real", disseram profissionais do banco em relatório.

O BC decide o rumo da Selic na próxima semana.

"Notamos que as manchetes recentes apontam mais ruído fiscal à frente, como detalhes em torno da implementação do programa Auxílio Brasil a serem acertados entre governo e Congresso."

Assim, o Morgan recomenda posição em "knock-out calls" em opções de dólar/real para três meses ATMF (no dinheiro, ou seja, com preço do ativo objeto igual ou muito próximo ao do exercício). "Knock-out calls" envolvem uma estratégia de opção com barreiras --no caso, de 5,90 reais por dólar. Na prática, a recomendação indica percepção de que o dólar pode se aproximar desse patamar.

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"É uma aposta com custo atraente numa trajetória de baixa do real nas próximas semanas", disseram os profissionais do Morgan. O dólar foi acima de 5,75 reais nesta sexta, nos picos desde abril.

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