A economia da China desacelerou no terceiro trimestre, prejudicada pela escassez de energia, gargalos nas cadeias de abastecimento e grandes turbulências no mercado imobiliário, o que aumenta a pressão sobre os formuladores de política econômica para mais ações a fim de sustentar a recuperação vacilante.
Os dados divulgados na noite de domingo (no Brasil), 17, mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4,9% entre julho e setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, leitura mais fraca desde o terceiro trimestre de 2020 e abaixo das previsões. Pesquisa da agência de notícias Reuters com analistas mostrava que o PIB aumentaria 5,2% no terceiro trimestre.
No segundo trimestre, a economia chinesa cresceu 7,9%. Desde o início de 2021, o PIB da China acumula alta de 9,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
A segunda maior economia do mundo está enfrentando vários desafios importantes, incluindo a crise da dívida da gigante do setor imobiliário Evergrande, atrasos na cadeia de abastecimento e uma grave crise de eletricidade, o que derrubou a produção das fábricas ao ponto mais fraco desde o início de 2020, quando pesadas restrições relacionadas à covid-19 estavam em vigor.
"A recuperação econômica doméstica ainda é instável e desigual", disse o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), Fu Linghui, em um briefing em Pequim.
A economia da China teve uma recuperação impressionante desde a crise pandêmica do ano passado, graças à contenção eficaz do vírus e à alta demanda no exterior por produtos manufaturados do país. Mas a retomada perdeu força desde o crescimento explosivo de 18,3% registrado no primeiro trimestre deste ano.Os números fracos fizeram com que o iuan e a maioria dos mercados de ações asiáticos caíssem em meio a preocupações mais amplas de investidores sobre a recuperação econômica mundial.