O dólar operou em baixa nesta quinta-feira ante os principais rivais, com a publicação de dados nos Estados Unidos, que elevaram o apetite por risco. O ativo americano também seguiu o movimento dos rendimentos dos Treasuries, que recuaram hoje. O dinâmica beneficiou grande parte das moedas dos países emergentes, com destaque para a Turquia, cujo banco central manteve hoje a taxa básica de juros. Contrariando a tendência, o rublo se desvalorizou, em sessão marcada por sanções dos EUA à Rússia.
O índice DXY, que mede o dólar ante seis moedas rivais, caía 0,01%, aos 91,684 pontos, no fim da tarde em NY. O euro, por sua vez, se depreciava a US$ 1,1973 no fim da tarde, limitando as perdas do DXY. A libra operava em alta ante o dólar, a US$ 1,3789. Em relação ao iene, o dólar tinha queda a 108,69 ienes.
"O dólar lutou para se recuperar hoje, apesar dos fortes relatórios econômicos dos EUA", aponta a BK Asset. As vendas no varejo do país saltaram 9,8% em março ante fevereiro, bem acima da expectativa de analistas. As solicitações de auxílio-desemprego caíram a 576 mil, muito abaixo da expectativa de 710 mil. Os dados "positivos deveriam ter impulsionado o dólar, mas havia muito poucos compradores. Em vez disso, o dólar seguiu os rendimentos dos Treasuries mais baixos", avalia a gestora de ativos.
"Embora impressionantes, os dados divulgados hoje pouco contribuem para diminuir o padrão alto do Federal Reserve para mudar o curso de uma política altamente acomodatícia", diz o analista de mercado Joe Manimbo, da Western Union. O euro, por sua vez, não capitalizou o movimento. A "campanha de vacinação contra o coronavírus na Europa atrasará a recuperação econômica da zona do euro, que terá retomada tardia na comparação com Reino Unido e Estados Unidos", avalia a Capital Economics, em relatório.
Na primeira decisão de política monetária desde a intervenção do presidente Recep Tayyip Erdogan na autoridade, o Banco Central da Turquia (CBRT, na sigla em inglês) anunciou hoje a manutenção da taxa básica de juros do país em 19% - interrompendo, portanto, o ciclo de alta de juros que incomodava o chefe do Executivo local. Ao fim da tarde, o dólar se desvalorizava a 8,0068 liras.
O rublo contrariou a maior parte das moedas de emergentes e se enfraqueceu acentuadamente, após Washington anunciar a imposição de uma série de novas sanções contra a Rússia, por conta da suposta intervenção de Moscou nas eleições americanas. No fim da tarde em NY, o dólar se valorizava a 76,373 rublos. O peso argentino também reverteu tendência, em meio à escalada da covid-19 e o anúncio das restrições de preços no país, seguindo a maior inflação em 18 meses, publicada hoje. O dólar se valorizava a 92,7552 pesos, no mesmo horário.
