Fraqueza em Wall Street dita queda do Ibovespa; Fibria e WEG abrem temporada de balanços

24 out 2018 - 12h37
(atualizado às 12h46)

O Ibovespa perdia o fôlego e recuava nesta quarta-feira, com Vale e bancos entre as maiores pressões negativas, em meio à fraqueza em Wall Street e ausência de novidades relevantes sobre o panorama eleitoral brasileiro, com Fibria e WEG abrindo a temporada de balanços no país.

Operador trabalha no pregão da Bolsa de Nova York 23/19,/2018. REUTERS/Brendan McDermid
Operador trabalha no pregão da Bolsa de Nova York 23/19,/2018. REUTERS/Brendan McDermid
Foto: Reuters

Às 12:25, o Ibovespa caía 1,55 por cento, a 83.976,56 pontos, após abertura mais positiva, quando subiu 0,6 por cento. O volume financeiro do pregão somava 5,9 bilhões de reais.

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Nos Estados Unidos, os principais índices acionários recuavam nesta sessão, com o declínio de papéis de tecnologia ofuscando resultados fortes divulgados por companhias como a Boeing. O S&P 500 cedia 1,2 por cento.

Em relação ao cenário eleitoral no Brasil, o gestor Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, observa que não há nada de novo para mudar no curto prazo, com uma provável vitória do candidato Jair Bolsonaro já bastante precificada no mercado.

O candidato do PSL vem liderando pesquisas sobre o segundo turno da corrida presidencial contra Fernando Haddad, do PT, que terá seu desfecho no domingo. Assim, agentes financeiros vêm monitorando notícias sobre a potencial equipe e planos, principalmente no âmbito econômico, da nova administração.

Na véspera, Bolsonaro afirmou que os Correios possuem grande chance de privatização se ele for eleito e garantiu que seu eventual governo vai analisar com critério outras estatais. Também na terça-feira, o presidente do PSL disse que Bolsonaro definirá seus ministros e presidentes de estatais em até 30 dias após a eleição, caso vença.

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Profissionais da área de renda variável também citaram movimento de investidores locais se posicionando em contratos futuros do Ibovespa, de olho no resultado do próximo dia 28.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN perdia 2,56 por cento, contaminado pelo viés mais negativo vindo do exterior, que enfraquecia bancos de modo geral, com o índice do setor financeiro recuando 2 por cento. BRADESCO PN cedia 2 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT caía 2,1 por cento e BANCO DO BRASIL perdia 1,80 por cento.

- VALE recuava 1,46 por cento, seguindo o movimento de outras mineradoras no exterior, antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre, prevista para após o fechamento do pregão. A expectativa entre analistas é de desempenho forte após dados recordes de produção e venda de minério de ferro no período.

- AMBEV cedia 2,95 por cento e também pesava no Ibovespa, em meio a expectativas negativas para o balanço da fabricante de bebidas no terceiro trimestre. Mais cedo, a Heineken disse que aumentou as vendas de cerveja em todas as quatro regiões do mundo no terceiro trimestre, com Brasil e México entre os destaques.

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- COSAN despencava 8 por cento, maior queda do Ibovespa, após anunciar que, em conjunto com a Cosan Logística, avaliará a viabilidade de incorporação da mesma, conforme ambas buscam simplificar e otimizar a estrutura societária do grupo e reduzir custos operacionais. As ações da Cosan Log, que não estão no Ibovespa, subiam 8 por cento.

- PETROBRAS PN operava em queda de 0,5 por cento, revertendo os ganhos registrados mais cedo, quando chegou a subir 3 por cento, conforme o petróleo perdia o fôlego. A petrolífera de controle estatal anunciou mais cedo início da produção de petróleo e gás natural na área de Lula Extremo Sul, no pré-sal da Bacia de Santos, por meio da plataforma P-69.

- FIBRIA tinha elevação de 0,85 por cento, após Ebitda recorde no terceiro trimestre. Em teleconferência sobre o resultados, a empresa disse que o mercado global de celulose deve continuar apertado nos próximos meses. A Fibria está em processo de ser incorporada pela Suzano, que avançava 2,2 por cento.

- WEG mostrava decréscimo de 0,78 por cento, em sessão sem viés claro, com resultado trimestral mostrando crescimento de mais de 20 por cento no Ebitda e de mais de 30 por cento na receita, mas queda na margem bruta, o que já era esperado, conforme analistas do Itaú BBA, que consideraram o balanço neutro.

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