Brasil deixou de exportar US$240 mi em carne bovina por protestos, diz Agroconsult

7 jun 2018 - 16h49
(atualizado às 18h13)

O Brasil deixou de gerar 240 milhões de dólares em receita com exportação de carne bovina em maio frente o esperado, em razão dos protestos de caminhoneiros, disse nesta quinta-feira a Agroconsult, que estima perdas bilionárias para a cadeia produtiva da pecuária de corte nacional pelo mesmo motivo.

Funcionário carrega pedaço de carne em açougue em São Paulo
27/06/2017
REUTERS/Nacho Doce
Funcionário carrega pedaço de carne em açougue em São Paulo 27/06/2017 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

A expectativa, antes dos protestos, era de que as exportações de carne bovina do país somassem 384 milhões de dólares em maio, segundo consultoria.

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As manifestações, desencadeadas pela alta do diesel, duraram mais de dez dias e afetaram diversos setores da economia.

No agronegócio, a indústria de carnes de aves e suína também sofreu perdas elevadas: cerca de 300 milhões de dólares deixaram de ser gerados com a exportação de carne de frango, cuja expectativa inicial era de vendas de 518 milhões; no caso da suína, a "frustração" foi de 60 milhões de dólares, enquanto o segmento esperava embarcar 100 milhões de dólares no mês passado, disse Nogueira.

No caso da bovinocultura, os bloqueios de estradas e a falta de caminhões reduziram o escoamento de carne, explicou o sócio e coordenador de pecuária da consultoria, Mauricio Palma Nogueira, que ressalntou que a ex.

"Em relação a abril, a frustração com as exportações foi de 180 milhões de dólares por causa da greve", comentou ele, durante evento em São Paulo para apresentação do Rally da Pecuária 2018, expedição que a consultoria realizará a partir deste mês pelas principais áreas produtoras de gado do Brasil, o maior exportador mundial da carne bovina.

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Conforme cálculos apresentados por ele, a cadeia produtiva da pecuária de corte, desde produtores até empresas de insumos, registrou perdas superiores a 11 bilhões de reais em negócios não realizados por causa dos protestos.

"Isso é o que deixou de ser movimentado... Existe a possibilidade de reverter, mas só se tivermos um cenário inflacionário, com preços mais altos da carne bovina. A única forma é por preço", disse.

"Acredito que temos fôlego para isso, demanda, tem trabalho para reforçar mercado...", ponderou Nogueira, que vê a concorrência com as outras carnes e a retomada dos embarques como fatores altistas para a proteína bovina.

CONFINAMENTO

O sócio da Agroconsult afirmou ainda que a tendência de confinamento de bovinos neste ano no Brasil é de estabilidade ou alta ante os pouco mais de 5 milhões de cabeças observados no ano passado.

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Segundo ele, o cenário de alta para os preços de carne e da arroba do boi gordo responderiam por esse cenário.

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