O SoftBank Group viu suas ações fecharem em queda de 7,27 por cento nesta segunda-feira, impactadas pelo desaparecimento de um jornalista saudita, à medida que o fundo do conglomerado japonês é quase metade financiado pela Arábia Saudita.
O Vision Fund do SoftBank, de cerca de 100 bilhões de dólares, é o maior veículo de investimento em tecnologia do mundo e representa um dos vários acordos que o presidente-executivo do grupo, Masayoshi Son, selou com o governo saudita.
Mas o reino rico em petróleo se viu ameaçado de "severa punição" pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo desaparecimento, neste mês, de Jamal Khashoggi, um jornalista crítico das autoridades sauditas. A Turquia disse que Khashoggi foi morto no consulado saudita em Istambul, enquanto a Arábia Saudita afirma que o jornalista deixou o prédio ileso.
A preocupação com o desaparecimento tem visto um número crescente de participantes se retirar da conferência de investimentos "Davos in the Desert", que se tornou o maior evento para os investidores para promover a visão de reforma do príncipe saudita Mohammed bin Salman.
Com os laços sauditas da SoftBank causando nervosismo, a venda de ações é "mais psicológica do que qualquer coisa relacionada a preocupações com seus fundamentos", disse Makoto Kikuchi, presidente-executivo do Myojo Asset Management.
Um porta-voz da SoftBank se recusou a confirmar se os executivos da instituição participarão da conferência da próxima semana. Rajeev Misra, diretor do Vision Fund, e Simon Segars, presidente-executivo da ARM, fabricante de chips do conglomerado, foram listados como participantes de uma página da conferência que não está mais disponível.
Dara Khosrowshahi, presidente-executivo do Uber, em que SoftBank é o maior acionista, disse na semana passada que não irá mais ao evento. A Arábia Saudita também tem seu próprio investimento na empresa.