Demissões causam traumas atrás das câmeras em grandes emissoras. O público não sabe — ou tem acesso a poucos detalhes — como o desligamento de alguns profissionais mexe com dezenas, centenas de pessoas.
Na Globo, a saída do diretor do ‘Encontro com Patrícia Poeta’, Alexandre Mattoso, provocou tristeza na produção. Querido por todos e com longa trajetória na TV, ele foi substituído por Ariel Jacobowitz, ex-‘Eliana’ (SBT) e ‘Melhor da Noite’ (Band).
Em conversa com a coluna, membros do programa disseram que a ideia é dar nova dinâmica ao matinal e melhorar a imagem da atração, prejudicada por algumas polêmicas, como a criticada cobertura de crimes, com entrevistas consideradas equivocadas com parentes de vítimas.
Mas a troca de comando não deve minimizar o ranço que parcela numerosa do público tem com Patrícia Poeta. Por mais esforçada que seja, ela não consegue agradar a quem enxerga falta de carisma e favorecimento por ser ex-mulher do diretor-geral da Globo, Amauri Soares.
O melhor que a apresentadora pode fazer é ignorar a onda de reprovação e continuar com seu trabalho.
No SBT, surpresa geral com a saída de Leon Abravanel Júnior da Superintendência Artística e Produção de Conteúdo. Como o sobrenome revela, ele é sobrinho de Silvio Santos. Trabalhou por mais de 40 anos ao lado do saudoso comunicador e cultivou incontáveis amigos na empresa.
O cargo passa para Rinaldi Faria, empresário com crescente concentração de poder na emissora. Ele criou os palhaços Patati e Patatá, apresentadores do infantil que derruba a audiência do canal toda manhã. Tornou-se o principal conselheiro da presidente do SBT, Daniela Beyruti.
A dispensa de Alexandre e Leon prova que ninguém está seguro na televisão. Talento, competência e liderança sólida não garantem a permanência. O clima geral é de incerteza: quem será o próximo?