Presidente e herdeiro da Globo, Paulo Marinho apareceu em matéria sobre a SET Expo no ‘Jornal da Record’.
O executivo comentou a respeito da importância da TV 3.0, lançada no evento, para “construir o futuro da TV aberta no Brasil”.
A tecnologia vai permitir ao telespectador maior interatividade com o conteúdo dos programas, como acessar anúncios de produtos mostrados na tela.
Fim da rixa?
Foi a primeira vez que um membro da família Marinho, dona da Globo, teve destaque positivo em um telejornal da Record desde agosto de 2003, quando o canal noticiou respeitosamente a morte do jornalista Roberto Marinho.
A partir de 1989, quando o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, comprou a TV Record, iniciou-se forte rivalidade com a emissora líder no Ibope.
Houve troca de matérias negativas em telejornais. A Globo destacou, por exemplo, a prisão de Macedo em 1992, sob a acusação de charlatanismo e curandeirismo.
Em 2020, a Record informou com alarde a delação de um doleiro sobre suposta entrega de pacotes de dólares para integrantes do clã Marinho, obrigando William Bonner a ler uma nota no ‘Jornal Nacional’ para negar qualquer irregularidade nas operações financeiras dos proprietários da Globo.
União pelos mesmos interesses
Além de Paulo Marinho, da Globo, a SET Expo reuniu o CEO da Record, Marcos Vinícius Vieira, a CEO do SBT, Daniela Beyruti, e o CEO da Band, Claudio Luiz Giordani.
As quatro principais redes do país deixam de lado a concorrência por audiência e eventual conflito político-ideológico a fim de trabalhar juntas pela sobrevivência da TV aberta.
O 'Jornal Nacional' também destacou a presença dos executivos, mostrando união irrestrita entre as maiores emissoras de sinal aberto para implementar a TV 3.0.
A tecnologia cria a expectativa de estancar a perda de público, especialmente para o streaming, e trazer novos telespectadores.
O futuro da televisão — e o lucro do negócio para as emissoras — está associado à conexão direta com a internet, fazendo o usuário ter uma experiência ativa em tempo real.