O que explica o ato falho de ex-globais que citam a antiga emissora ao vivo

Gafe sempre repercute sob a perspectiva da maneira como os jornalistas saíram do canal líder no Ibope

10 nov 2025 - 07h47
(atualizado às 07h47)

Aconteceu de novo. No sábado (8), ao narrar o jogo entre Internacional e Bahia na Record, Cléber Machado se empolgou.

"Agora aqui à esquerda a bola em jogo para você, ligado na Globo!", disse.

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Notado o erro, houve alguns segundos de silêncio.

A apresentadora Mariana Godoy cometeu a mesma falha três semanas antes, no ‘Jornal da Record’, igualmente em um contexto do futebol.

“Vasco e Fluminense será transmitido aqui na Globo... Aqui na Record”.

Em junho de 2024, ao encerrar a transmissão do GP da Áustria de F1 na Band, Sergio Maurício também se confundiu.

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“Com todas as emoções na Globo”, disse. Fez a correção em seguida.

O âncora Marcio Gomes viveu situação semelhante numa volta de intervalo comercial.

"A GloboNews conti... A CNN continua com sua cobertura especial dos atos e manifestações de bolsonaristas em Brasília.”

Cléber Machado, Mariana Godoy e Sergio Maurício: trocar o nome da emissora atual pelo da Globo pode ser apenas falha de memória
Cléber Machado, Mariana Godoy e Sergio Maurício: trocar o nome da emissora atual pelo da Globo pode ser apenas falha de memória
Foto: Divulgação/Reprodução

Por quê?

Nos casos citados, há uma explicação lógica da falha e outra baseada na Psicanálise.

Do ponto de vista cognitivo e comportamental, os jornalistas foram traídos pelo automatismo da memória.

Eles trabalharam longos anos na Globo, disseram o nome da emissora milhares de vezes em reportagens, entradas ao vivo e na bancada de telejornais.

O cérebro estava acostumado com aquela situação. Às vezes, em determinadas situações — improviso forçado, estresse, emoção — recorre-se ao padrão antigo.

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A mesma explicação serve para quando alguém troca o nome do atual namorado ou namorada pelo do antigo parceiro.

Sob a Psicanálise, especialmente segundo as teorias de Freud e Lacan, o erro pode ser uma manifestação verbal do inconsciente para indicar algo reprimido ou ainda não definitivamente elaborado. 

A interpretação óbvia: os jornalistas continuam ligados à Globo por guardar mágoa pela maneira que saíram da emissora ou pelo desejo de voltar a trabalhar no canal.

Não significa, necessariamente, que seja esse o sentimento ou a intenção que suscitou o ato falho.

Pode ser tão somente uma referência marcante. Afinal, a Globo está presente no cotidiano da maioria dos brasileiros, até daqueles que se dedicam a odiá-la.

A Globo está no inconsciente coletivo e marcou a vida dos profissionais que trabalharam por lá
Foto: Ilustração criada no Google Gemini
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