Após 20 capítulos, ‘Três Graças’ registra média de 22 pontos, índice igual ao da antecessora ‘Vale Tudo’ no mesmo período.
Na aferição realizada na Grande São Paulo, a novela fica constantemente atrás do resultado do ‘Jornal Nacional’.
Na terça-feira, 28 de outubro, por exemplo, a diferença foi de 3 pontos (quase 600 mil pessoas a menos).
Frequentemente, ‘Três Graças’ recebe 25 pontos do telejornal, perde público gradualmente e termina com 20.
Em algumas capitais, como Goiânia e Vitória, os números caem ainda mais.
As qualidades do roteiro (saborosa afronta ao politicamente incorreto), das atuações vigorosas e da direção (sem vergonha da linguagem popular) são inquestionáveis.
Então, por que o desempenho tímido no Ibope?
Devemos controlar a expectativa e aceitar o novo normal: a TV aberta possui cada vez menos telespectadores fiéis.
Esqueça aquelas médias de 35, 40, 50 pontos. Ficaram no passado, onde não havia canais pagos fortes, plataformas de streaming, apps como o TikTok e outros concorrentes sedutores.
Hoje, a disputa pela atenção do público é fragmentada e multiplataforma. E há o questionamento sobre o método utilizado pelo Ibope. Há quem defenda uma ampliação da amostragem.
Em vez de lamentar a perda de audiência, o desafio das emissoras é compreender o comportamento do telespectador contemporâneo e ampliar o diálogo com as redes sociais.
‘Três Graças’ merece números melhores, mas, já sabemos, os indicadores do Ibope nem sempre contemplam o mérito de uma obra.
Melhor relativizar os gráficos e as comparações com sucessos de outros tempos e se concentrar na experiência agradável de assistir a um novelão clássico do autor Aguinaldo Silva.