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Em Paris, o dia em que me vi no centro da notícia

Acompanhei de perto o que o planeta assistiu pela TV: as chamas a consumir a inigualável Catedral de Notre Dame

16 abr 2019 - 09h20

O celular toca. É do Brasil.

“Viu o incêndio?”, pergunta um amigo.

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“Incêndio?”, questiono, imaginando que chamas consomem algum prédio icônico em São Paulo, onde moro.

Então ouço: “A Notre Dame está pegando fogo”.

Alguns canais transmitiram ao vivo imagens do incêndio na Notre Dame do início da noite até o meio da madrugada
Alguns canais transmitiram ao vivo imagens do incêndio na Notre Dame do início da noite até o meio da madrugada
Foto: Reprodução

Passei a segunda-feira no Marais, bairro às margens do rio Sena, na direção da Île de la Cité, onde fica a principal catedral gótica da França e, sem exagero, a igreja mais famosa do planeta.

Não tinha noção de que, a poucos quarteirões de onde eu tomava um café para me aquecer numa tarde fria de primavera, o templo majestoso estava sendo consumido em chamas.

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Quando a notícia se espalhou, as pessoas nas ruas (franceses, imigrantes e turistas) passaram a buscar informações no celular – e a maioria delas ficou muda, incrédula com as imagens de destruição. A única trilha sonora era a da sirene das viaturas de bombeiros. Mais tarde, ouviu-se os sinos das igrejas.

Na TV, os canais jornalísticos exibiam imagens ao vivo da tragédia – com câmeras a certa distância, sem utilizar helicópteros ou drones.

Os repórteres, que aqui geralmente não aparecem nas matérias (apenas ouve-se a voz deles narrando os fatos), se posicionaram no vídeo para relatar a notícia extraordinária.

O formato mais comum nas emissoras francesas – várias pessoas a conversar em torno de uma mesa – foi acionado para discutir as causas do fogo e a reconstrução da Notre Dame.

“Os franceses unidos e solidários”, lia-se na tela em uma das atrações.

Três dias antes das chamas, lá estava eu no alto das torres da igreja, após vencer mais de 400 degraus na parte oeste da catedral.

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Os andaimes da restauração, agora apontados como provável foco inicial do incêndio, atrapalharam alguns ângulos para fotos da cinematográfica Paris.

Nada que diminuísse a grandiosidade de Notre Dame – e chateasse a quem teve o privilégio de estar entre os últimos que visitaram o interior e o cume da catedral antes que a mesma fosse tomada por labaredas impiedosas.

Estar no centro da notícia quando esta acontece é o que mais deseja um jornalista.

Agora posso contar que vivi uma experiência do gênero em Paris, a cidade que conheci quando era jovem, quase 25 anos atrás, e pela qual sempre mantive fascínio.

Mas não há o que comemorar por me ver no cenário de um fato jornalístico relevante. Apenas guardarei as memórias de um dia histórico – e triste.

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