O saudoso Ozzy Osbourne, aclamado mundialmente como o Príncipe das Trevas do heavy metal, abriu o coração ao falar sobre os momentos difíceis que enfrentou nos últimos anos no documentário póstumo Ozzy: No Escape from Now.
O artista, que se tornou uma lenda viva do rock com sua carreira solo e como vocalista do Black Sabbath, revelou que lutou contra a depressão enquanto enfrentava sérios problemas de saúde. A declaração trouxe à tona uma faceta mais humana do astro, que por décadas foi símbolo de rebeldia e resistência.
A saúde de Ozzy foi, por muito tempo, motivo de preocupação desde que ele sofreu uma queda em casa, agravando lesões antigas na coluna. O acidente resultou em cirurgias complexas e em uma longa recuperação, que afetou não apenas seu corpo, mas também seu estado emocional. Em suas últimas entrevistas, ele admitiu que a limitação física e a perda de autonomia foram fatores que contribuíram para o surgimento da depressão.
"Só de pensar em não fazer nenhum show antes, entrei em depressão", disse Ozzy Osbourne no documentário. "Na verdade, estou tomando antidepressivos agora. Eu estava me preparando para me matar em algum momento, mas aí, eu ia lá na minha cabeça e pensava: 'Do que você está falando?' Porque, me conhecendo, eu faria isso pela metade e estaria meio morto… Quer dizer, eu não morreria, sabe? Essa é a minha sorte".
Sharon Osbourne, esposa de Ozzy, creditou a mudança no humor do cantor à impossibilidade de se apresentar tanto no palco e às placas de metal colocadas em seu pescoço durante uma operação em 2019: "Alguns dias, ele deseja estar morto. Ele sente tanta dor que não aguenta. Ele só queria poder ir embora", admitiu.
Para alguém como Ozzy Osbourne, acostumado a subir aos palcos e se conectar com multidões, a impossibilidade de se movimentar livremente foi devastadora. O cantor relatou que, por um período, precisou de ajuda até para realizar tarefas simples, como se levantar da cama ou caminhar. Essa dependência abalou profundamente sua autoestima e o fez questionar sua capacidade de continuar ativo na música.
Em outra momento do documentário, Jack Osbourne, filho de Ozzy e Sharon, disse que o cirurgião que operou o pescoço do roqueiro "o privou de sua capacidade de se mover": "O principal problema é o dano nervoso causado pela cirurgia malsucedida no pescoço. Sim, o Parkinson está progredindo. Sim, está se manifestando de várias maneiras… Isso me deixa com muita raiva, porque eu sentia que tudo isso poderia ter sido evitado. Não precisava ter acontecido", acrescentou ele, visivelmente emocionado.
Ozzy encontrou apoio fundamental em sua esposa Sharon Osbourne
Apesar das dificuldades, Ozzy encontrou apoio fundamental em sua esposa Sharon Osbourne e nos filhos. A família foi essencial para que ele mantivesse a esperança e buscasse tratamento adequado, tanto para as questões físicas quanto para a saúde mental. O cantor também contou com acompanhamento médico e psicológico, reconhecendo a importância de falar abertamente sobre depressão, especialmente entre figuras públicas.
A decisão de compartilhar sua experiência foi motivada pelo desejo de ajudar outras pessoas que enfrentam situações semelhantes. Ozzy destacou que, mesmo sendo uma estrela do rock, ele é humano e vulnerável, e que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem.