Chuck Berry, o músico que "juntou as peças" para inventar o Rock and Roll

19 mar 2017 - 07h55

A invenção do Rock and Roll não é atribuída a ninguém concretamente, "mas se alguém juntou todas as peças essenciais" para criá-lo, foi Chuck Berry, lembra o Hall da Fama do Rock.

Chuck Berry, uma lenda do Rock, morreu na noite de sábado em sua casa aos 90 anos de idade, segundo informou a polícia do condado de St. Charles, no Missouri (EUA).

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Charles Edward Anderson Berry nasceu em 18 de outubro de 1926 na cidade de Saint Louis, Missouri, filho de um diácono batista e uma professora.

Desde muito criança se apaixonou por blues, por Nat King Cole, um de seus ídolos, e por sua vez começava a demonstrar seu talento para o verso, embora também destacava-se por ser problemático e acabar em reformatórios.

No Cosmopolitan Club fundou seu primeiro grupo, The Chuck Berry Trio, composto por Berry na guitarra, Ebby Hardy na bateria e Johnny Johnson no piano.

No início dos anos 50, as atuações do trio foram um sucesso entre a comunidade negra, a primeira a admirar seu talento ao mudar do country ao rhythm and blues, criando composições de ritmo e espírito juvenil.

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Em 1955, Berry se instalou em Chicago, onde trabalhou e conheceu Muddy Waters, que recomendou a Leonard Chess que escutasse uma canção composta por Berry. Tratava-se de "Maybellene", um sucesso que agradou grande parte da população branca e que o levou ao posto número 5 nas listas de sucessos dos Estados Unidos.

Foi então quando começou a escrever para a gravadora Chess Records um grande número de músicas que pouco depois se transformaram em grandes clássicos do rock.

Todos eles serviram para que gente tão decisiva do rock como os Beatles (que fizeram diversas versões de suas músicas) e Rolling Stones (que começaram sua carreira com "Come On", uma canção de Berry) se decidisse a adotar as músicas daquele grande mestre.

"Roll Over Beethoven", "Johnny B. Goode", "Rock And Roll Music", "School Day", "Carol", "Sweet Little Sixteen", "Memphis Tennessee", "Around and Around", "Little Queenie" e "Too Much Monkey Business" foram algumas das canções mais populares que gravou entre final dos anos 50 e começo dos 60.

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Publicou, além disso, discos como "After School Session" (1957), "One Dozen Berries" (1958), "Berry Is On Top" (1959), "Rockin' At The Hops" (1960), "New Juke Box Hits" (1961) ou "St. Louis To Liverpool" (1964).

Junto a estes discos, sua peculiar dança, sobretudo o chamado Duck walk (Andar de pato), causou furor entre seus admiradores.

Os que o conheceram destacam a forte personalidade, seu lado pouco sociável e seu gosto pela vida boa, uma combinação que lhe ocasionaram alguns problemas com a justiça.

No início dos anos 60, foi detido por viajar com uma menor que trabalhava em seu clube e foi condenado a quase dois anos de prisão, que cumpriu entre 1961 e 1963.

Após sair da prisão, Chuck Berry continuou somando sucessos com canções como "You Never Can Tell" e "Nadine", temas com os quais seguia dominando o panorama musical, apesar da expansão da música britânica que já se impunha nas listas de sucesso mundiais.

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Em 1966, trocou a Chess pela Mercury Records, mas os resultados não foram os esperados e retornou de novo a seu primeiro selo, com o qual conseguiu seu último grande sucesso em 1972, com o single "My Ding-a-Ling", um tema que foi número 1 nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.

Em 1979, Chuck Berry voltou a pisar na prisão: nesta ocasião foi acusado pelo governo americano de evasão de impostos.

A partir dos nos 80 e dos anos 90, seguiu com suas turnês, mas as atuações já não estavam à altura da estrela que era. A negligência e o improviso do compositor chegavam até o ponto de contratar músicos locais.

No entanto, o respeito a sua imponente obra e sua decisiva influência no mundo do rock, faziam de seus concertos verdadeiros eventos da história da música.

  
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