Bandas brasileiras insistem em citar protestos nos palcos do Rock in Rio

Na quarta noite do festival foi a vez do Sepultura pedir para a plateia cerrar os punhos e mostrar que "o Brasil não está dormindo"

19 set 2013 - 19h47
(atualizado em 20/9/2013 às 11h55)
Em show do Sepultura, percussão tomou conta do público do Rock in Rio nesta quinta-feira (19)
Em show do Sepultura, percussão tomou conta do público do Rock in Rio nesta quinta-feira (19)
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Se é oportunismo ou não, a consciência de cada um vai dizer. Desde que o Rock in Rio teve início na semana passada, o fato é que está se tornando item quase que obrigatório para uma banda brasileira, como uma camiseta preta para um metaleiro, subir ao palco Mundo do festival e citar as ondas de protestos populares que tiveram seu ápice em junho por todo o País. 

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Na quarta noite do Rock in Rio, dedicada aos fãs do heavy metal, foi a vez do Sepultura, ao lado dos franceses do Tabours du Bronx, pedir para o público cerrar o punho, levantar as mãos ao alto e mostrar (para os políticos) que "o Brasil não está dormindo". Isso logo após a execução de Refuse / Resist, clássico da banda brasileira que trata justamente da causa.

Antes disso, na apresentação de abertura no telão do palco Mundo, menção aos deslojamentos de tribos indígenas com a construção da mega usina de Belo Monte, no Pará. Antes da banda mineira, que vale dizer, se apresenta nesta quinta-feira (19) sem os irmãos Cavalera, quem teve a oportunidade de subir ao maior palco do festival também não dispensou o discurso da moral e da ética. 

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No primeiro final de semana, Rogério Flausino, com o Jota Quest, citou a "macacada indignada do Rio", ao cantar um dos hits da banda, Planeta dos Macacos. Ao chamar Lulu Santos, na parceria para a sugestiva Tempos Modernos, com a bandeira do Brasil no telão, além de imagens dos manifestos e de políticos, ainda lembrou, mais uma vez, que "a macacada quer saúde, educação, respeito e justiça".

Tudo isso para emendar, na sequência, Brasil, do poeta Cazuza. Curiosamente, na primeira edição do evento, em 1985, na época em que o País dava o seu passo final para o fim da ditadura, o cantor, morto em 1990, pediu uma "moçada esperta" ao finalizar o show com Para o Dia Nascer Feliz, ao lado do Barão Vermelho.

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Ninguém foi mais insosso em seu discurso, porém, do que ele: Dinho Ouro Preto. À frente do Capital Inicial, ele lembrou o deputado estadual Natan Donadon, o primeiro parlamentar a ser condenado e preso no Brasil, mas cujo mandato não foi cassado em sessão no Congresso Nacional. 

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"Esse Natan Donadon, cara, esse primeiro presidiário congressista, cara, o próprio congresso, cara, por ter mantido o cargo desse sujeito, cara", disse, repetitivamente, antes de emendar Saquear Brasília, e personificar, aos 49 anos, o estereótipo de uma rebeldia desinformada e até certo ponto, sim, oportunista.

Fonte: Terra
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