O Ministério Público do Trabalho (MPT) denunciou o influenciador Hytalo Santos e o marido dele, Israel Vicente, por tráfico de pessoas, exploração sexual e submissão de adolescentes e trabalho em condições análogas à escravidão.
A denúncia, que foi aceita pela Justiça do Trabalho, fez parte de outra investigação contra o influenciador, que difere da esfera criminal, em que ele já responde por produzir conteúdos de exploração sexual envolvendo adolescentes.
Há indícios de que Hytalo e Euro, presos desde agosto, aliciavam de adolescentes vulneráveis na Paraíba, prometendo principalmente ajuda financeira e melhores condições de vida. Esses jovens eram levados para morar com o casal em João Pessoa, onde eram submetidos a uma rotina rígida e sofriam com formas de violência física, psicológica e sexual.
Condutas atribuídas a eles
O MPT atribuiu uma série de condutas ao casal, como, isolamento do convívio familiar, confisco de celulares e meios de comunicação, ausência de convívio social, restrição de ir e vir, controle rígido da rotina, gravações exaustivas, com privação de sono, ausência de remuneração, supressão de autonomia individual, ausência de autonomia financeira, coação psicológica com ameaça permanente de descarte e ingerências sobre a identidade de gênero e orientação sexual dos adolescentes.
O órgão relata também que os adolescentes foram exibidos nas redes sociais de maneira sexualizada, frequentavam festas e locais considerados perigosos que são incompatíveis com a idade dos jovens. Segundo o Ministério Público do Trabalho, havia também a realização de procedimentos estéticos afim de potencializar o apelo sexual dos adolescentes.
Contas bloqueadas desde agosto
A Justiça determinou o envio de ofícios para órgãos de proteção de crianças e adolescentes, a pedido do MPT, com o objetivo de garantir atendimento social, médico e psicológico imediato. Desde agosto, veículos, empresas, bens e valores, que podem alcançar R$ 20 milhões, em nome de Hytalo Santos e de Israel Vicente já estão bloqueados.
Como medidas solicitadas, o Ministério Público pediu indenização no valor de R$ 12 milhões por dano moral coletivo e compensações individuais entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões para cada vítima do casal.
