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Mulher mais rica quase não se casou com homem escolhido por preconceito dos pais

Françoise Bettencourt Meyers abriu uma ferida na família ao se apaixonar por um judeu de família perseguida por Hitler

9 abr 2024 - 10h44

Liliane e André Bettencourt sonhavam com um príncipe encantado para sua única filha, Françoise. Buscavam um rapaz rico e preferencialmente católico. O destino deu uma rasteira no casal. 

A jovem herdeira se apaixonou por Jean-Pierre Meyers, judeu neto do rabino Robert Meyers, assassinado por nazistas no campo de concentração de Auschwitz em 1943. Antes de ser capturado, ele ajudou centenas de outros judeus a escapar das tropas de Hitler. 

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O namoro de Françoise jogou luz sobre o lado sombrio de seu avô, Eugène Schueller, o fundador da L’Oréal. Segundo historiadores, o químico financiou grupos fascistas e era abertamente antissemita. 

Consta ter ajudado na sustentação do ‘La Cagoule’, grupo responsável pela perseguição e morte de judeus e refugiados. André Bettencourt, que viria a se tornar marido de Liliane e pai de Françoise, fez parte dessa organização criminosa. 

O casal tentou convencer a herdeira a desistir de Jean-Pierre. Por isso, o namoro se arrastou por anos até que a então jovem venceu pelo cansaço e conseguiu permissão para o casamento, realizado em 1984.

Jean-Pierre Meyer e Françoise Bettencourt enfrentam a resistência da família dela para conseguir se casar
Jean-Pierre Meyer e Françoise Bettencourt enfrentam a resistência da família dela para conseguir se casar
Foto: Bertrand Rindoff Petroff/Getty Images For Fondation L'Oreal

Em biografias, reportagens e na série documental ‘A Bilionária, o Mordomo e o Namorado’, da Netflix, fica evidente o preconceito em família. Em certo momento, Liliane pergunta ao advogado se um dos netos dela tem “aparência de judeu”. 

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Mesmo influenciada por freiras do colégio onde estudou e sob pressão dos pais cristãos, Françoise preferiu criar os dois filhos, Jean-Victor e Nicolas, no judaísmo. Ela própria desenvolveu interesse pela religião e escreveu um livro a respeito. 

Formando em Economia, Jean-Pierre acabou sendo convidado a ocupar funções importantes no grupo controlador da L’Oréal. Hoje, é um dos vice-presidentes. Ele e Françoise moram em um prédio comum em um subúrbio tranquilo de Paris. Levam uma vida sem luxo, apesar de a sócia majoritária da maior companhia de cosméticos do planeta possuir patrimônio equivalente a R$ 520 bilhões.

Françoise com a mãe, Liliane, e o pai, André, em 1988: a família está associada à perseguição de judeus durante o nazismo
Foto: Pierre Vauthey/Sygma/Sygma via Getty Images
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