Elon Musk espalha fake news, posta apitos de cachorro e ataca a Apple no Twitter

Seus posts das últimas horas foram refutados pela CNN, a Liga Anti-Difamação e até por seus seguidores na plataforma

28 nov 2022 - 21h50
(atualizado às 22h39)
Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro de 2022 (Imagem: Reprodução/Creative Commons/Duncan Hill)
Elon Musk comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro de 2022 (Imagem: Reprodução/Creative Commons/Duncan Hill)
Foto: Canaltech

Cinco dias depois de prometer ganhar a confiança dos usuários do Twitter com a defesa intransigente da verdade, Elon Musk parece ter surtado, a ponto de receber várias críticas por espalhar fake news e apitos de cachorro para racistas e extremistas. Seus posts das últimas horas foram refutados pela CNN, a Liga Anti-Difamação e até por seus seguidores na plataforma. E no meio disso ele encontrou tempo para atacar a Apple.

O dia começou com um post mentiroso que visava a CNN.

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O homem mais rico do mundo postou uma reportagem falsa com logo da CNN que atribuía ao canal a acusação de que "Elon Musk poderia ameaçar a liberdade de expressão no Twitter ao literalmente permitir que as pessoas falem livremente".

A rede de notícias rebateu apontado que aquela "manchete nunca apareceu na CNN". Fez ainda mais. Ironizando a fake news, a CNN criou uma arte que imita o alerta do Twitter sobre violação de regras referentes à desinformação, e colocou o selo de fake news no post de Musk.

A ironia é ainda maior, porque o próprio Musk disse que não aceitaria mais contas de paródia no Twitter que não fossem claramente especificadas como tal. "Daqui em diante, qualquer usuário do Twitter envolvido em representação sem especificar claramente 'paródia' será permanentemente suspenso", disse ele no começo do mês.

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Se o aviso fosse sério, Musk deveria ser permanentemente suspenso do Twitter, pois a fonte original da imagem era um site de paródia e não a própria CNN.

A resposta de Musk para a polêmica foi escrever "Lmaoooo" (rindo muito) como comentário.

Na sequência da fake news, Musk postou fotos de armas e latas de cerveja, que supostamente estavam na sua cabeceira, seguidos por um desenho de Pepe, o Sapo, um personagem de desenho animado que foi apropriado por supremacistas brancos para transmitir sentimentos racistas, antissemitas e pró-nazistas nos EUA.

A sucessão de imagens gerou críticas da Liga Anti-Difamação. Oren Seagal, vice-presidente da organização que defende judeus nos EUA, apontou que o desenho serve de apito de cachorro para extremistas. "O fato de ele postá-lo neste momento de ódio crescente em sua plataforma é uma indicação que não está realmente levando a sério o assunto", disse Segal ao site Deadline.

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Ele também acha difícil acreditar quando Musk finge ignorar o contexto do que está postando.

"No contexto de uma plataforma em que vemos ódio crescente, racismo, anti-semitismo… Esses tuites levantam sérias dúvidas sobre se ele se importa com essas questões", concluiu.

E ao entrar na tarde, Musk puxou briga com Tim Cook, CEO da Apple, acusando a empresa de querer censurar o Twitter, parando de investir em publicidade na plataforma.

Não ficou nisso. Musk acusou Cook de até considerar tirar o aplicativo da Apple Store. E em seguida ele passou a fazer ataques contra a Apple.

O dono do Twitter fechou o dia "produtivo" ameaçando publicar um dossiê sobre "supressão da liberdade de expressão", supostamente expondo discussões da antiga diretoria da empresa sobre iniciativas para impedir a proliferação de fake news na plataforma, durante a pandemia. "O público merece saber o que realmente aconteceu…", acrescentou, sem se preocupar com as consequências de atacar o próprio Twitter.

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