Festival do Rio 2025: A Fúria é retrato visceral dos dilemas internos de uma mulher violentada sexualmente (Entrevista exclusiva)

No drama espanhol dirigido e roteirizado por Gemma Blasco, arte e ficção são válvulas de escape para traumas difíceis de serem narrados. O longa teve sua estreia no Brasil no Festival do Rio 2025.

14 out 2025 - 18h54

Dez, nove. Um grupo de amigos se diverte numa balada na Espanha na noite de Ano Novo. Oito, sete. Todos alegres graças ao álcool e às drogas, uma briga inesperada entre as luzes piscantes expulsa o grupo do lugar. Seis, cinco. Surge a ideia de estender as comemorações para a casa de Julia, melhor amiga de Alex. Quatro, três. Enquanto a música alta preenche o apartamento e já não se sabe quem são metade das pessoas dançando na sala, Alex procura imediatamente um banheiro. Dois. Pelos corredores, a caminho do lavabo dos fundos, Alex é empurrada para dentro de um quarto escuro. Um. Sozinha, com medo e no breu, ela é violada sexualmente por um homem do qual é incapaz de identificar.

Foto: Filmax / Adoro Cinema

É nessa contagem regressiva brutal que o filme A Fúria dá início à jornada de luto de sua protagonista: pedindo que o espectador idealize e viva junto a dor de Alexandra. "Tinha visto muitos filmes em que a cena de violação era uma sequência muito sensacionalista", comentou a diretora Gemma Blasco em entrevista exclusiva para o AdoroCinema. "Não queria criar mais e novas imagens de violência sexual na mente do público. Como se precisássemos alimentar mais nossos imaginários a respeito disso. Cogitei, então, não incluir a cena no filme, mas acho que, dessa forma, perderíamos muito em termos de ponto de vista"

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A solução que Gemma encontrou justamente convida o espectador para dentro da narrativa, assim como aproveita as potencialidades do meio audiovisual, explorando o som como recurso est&

Artigo original publicado em AdoroCinema

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