'Parabéns pra você' e outras 4 ideias simples que viraram negócios multimilionários

Canais de televisão e produtoras de cinema tiveram que pagar até US$ 30 mil (R$ 123 mil) para usar a música.

13 out 2019 - 10h12
A letra original de 'Parabéns a você', de 1893, dizia 'Bom dia para você'
A letra original de 'Parabéns a você', de 1893, dizia 'Bom dia para você'
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Milhões de pessoas cantam essa música pelo menos uma vez por ano.

A canção "Parabéns a você", de 1893, é atribuída a Mildred Hill, uma professora pré-escolar americana. Mas a letra original - com a mesma melodia que conhecemos hoje - dizia "bom dia para você".

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Até que um dia, um desconhecido, do estado americano de Kentucky, substituiu o "bom dia" pelo "parabéns".

Em 1924, a música foi publicada com as duas letras, e os advogados da família Hill começaram a trabalhar para que ninguém a utilizasse sem pagar os devidos direitos autorais.

Eles processaram o compositor americano Irving Berlin por incluí-la em um de seus musicais. E, depois disso, canais de televisão e produtoras de cinema tiveram que pagar até US$ 30 mil (R$ 123 mil) para usar a música.

Há três décadas, a Warner Music comprou os direitos da canção e faturou até US$ 2 milhões por ano.

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Warner Music teve que devolver grande soma de dinheiro a clientes quando juiz determinou que 'Parabéns a você' não tinha direitos autorais
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em 2016, no entanto, um juiz de Nova York determinou que a canção nunca deveria ter tido direitos autorais, porque ninguém sabe ao certo quem escreveu a letra.

A Warner Music teve, então, que devolver milhões de dólares àqueles que tinham pago para usá-la.

Atualmente, "Parabéns a você" está livre de direitos autorais.

Conheça outras ideias simples que se tornaram negócios milionários.

1. O guarda-chuva

Na China, o guarda-chuva é usado há mais de 10 mil anos. Mas no Ocidente, particularmente na Europa, começou a ser usado por mulheres ricas para se proteger do sol.

Mais tarde, no século 18, o britânico Jonas Hanway começou a usar um guarda-chuva comprado no Oriente para se proteger da chuva.

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Pessoas zombavam de britânico Jonas Hanway porque ele usava guarda-chuva para se proteger da chuva – e não do sol
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O problema foi que as pessoas começaram a tirar sarro de Hanway, e os taxistas jogavam comida nele toda vez que passava de guarda-chuva, receosos de que poderia roubar seus clientes.

No entanto, pouco a pouco, o guarda-chuva se tornou parte do figurino dos "cavaleiros britânicos", até que em 1830 foi aberta, em Londres, a primeira loja de guarda-chuvas do mundo ocidental.

E, em 1928, Hans Haupt inventou o guarda-chuva compacto, o mesmo usado até hoje.

2. Água engarrafada

A Evian foi a primeira empresa a vender água engarrafada. Em 1929, começou a engarrafá-la na Suíça. As vendas dispararam, uma vez que naquela época as pessoas estavam aterrorizadas com a possibilidade de contrair cólera ao beber água encanada.

Mas as cidades logo começaram a desinfetar a água com cloro, e as vendas de água engarrafada despencaram.

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Em 1977, surgiu água engarrafada com gás
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em 1977, surgiu a água engarrafada com gás. A Perrier fez um grande lançamento da sua água mineral, vendendo como um produto francês altamente sofisticado.

As vendas atingiram US$ 3 bilhões por ano. E nessa mesma década, as garrafas de vidro foram substituídas pelas de plástico.

Neste contexto, a Coca-Cola e a Pepsi viram uma grande oportunidade comercial e inundaram o mercado com marcas mais baratas.

Atualmente, consumimos 400 bilhões de litros de água engarrafada por ano - e pagamos cerca de US$ 100 bilhões por isso.

O custo é 3 mil vezes mais caro do que beber água encanada.

3. O saco plástico

Antes da invenção dos sacos de plástico, os clientes usavam sacolas de papel para levar os produtos para casa. O problema é que elas não eram tão seguras, e os produtos costumavam cair.

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Mas, em 1965, um sueco chamado Sten Gustaf Thulin teve a ideia de vender sacolas plásticas que podiam transportar produtos com mais de mil vezes seu próprio peso.

Em 1965, sueco chamado Sten Gustaf Thulin teve ideia de vender sacolas plásticas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em 1982, os supermercados americanos Kroger e Safeway começaram a usá-las - e atualmente as lojas utilizam bilhões de sacolas plásticas por ano.

Mas essa indústria tem causado problemas ambientais gigantescos. As sacolas plásticas demoram de 100 a 400 anos para se decompor, devastam a vida marinha e causam inundações em todo o mundo ao bloquear os sistemas de drenagem.

4. O marca-texto

No início dos anos 1960, o japonês Yukio Horie inventou a caneta com ponta de feltro, conhecida hoje como marca-texto.

Sua tinta à base de água fazia o traçado deslizar suavemente sobre o papel e permitia destacar certas partes de um texto sem cobrir as palavras.

Japonês Yukio Horie inventou caneta com ponta de feltro, conhecida hoje como marca-texto
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Isso aconteceu em meio ao movimento hippie - foi quando as cores fluorescentes começaram a ser usadas em todas as partes, incluindo roupas, pôsteres e capas de discos.

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O segredo dessa explosão de cores está no tipo de tinta, que absorve a luz ultravioleta e infravermelha, convertendo em luzes visíveis.

Em 1971, a empresa alemã Stabilo transformou a cultura hippie das cores em uma "cultura corporativa" com os marcadores Stabilo Boss.

Atualmente, são vendidos por ano mais de US$ 300 bilhões em marca-texto.

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