Coreia do Norte ameaça EUA com guerra devido a acusações de ciberataque

A Coreia do Norte já negou estar por trás do ataque à produtora Sony

22 dez 2014 - 01h11
(atualizado às 11h48)
Cartaz do filme A Entrevista em Los Angeles, Califórnia
Cartaz do filme A Entrevista em Los Angeles, Califórnia
Foto: Kevork Djansezian / Reuters

Nesta segunda-feira (22), a Coreia do Norte ameaçou realizar uma guerra em território americano devido as "falsas" acusações de ter sido a responsável pelo ciberataque à Sony Entertainment, por conta do filme que zomba do líder Kim Jong-un.

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"O Exército e o povo da RPDC (Coreia do Norte) estão completamente preparados para um confronto com os EUA em todos os espaços de guerra, incluindo a cibernética", expôs o regime de Kim Jong-un em comunicado publicado em inglês pela agência estatal KCNA .

"Nosso mais duro contra-ataque será dirigido à Casa Branca, ao Pentágono e a todo o território continental dos Estados Unidos superando amplamente o contra-ataque simétrico declarado por Obama", afirma Pyongyang no comunicado.

A Coreia do Norte reiterou que não tem nada a ver com a agressão cibernética à Sony Pictures Entertainment e inclusive propôs ao FBI realizar uma investigação conjunta dos fatos, mas os serviços de inteligência americanos descartaram esta opção.

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A reação da Coreia do Norte, que já tinha negado seu envolvimento no caso, veio depois que o presidente americano, Barack Obama, anunciou no último domingo (21) o início de um processo para avaliar se o Estado comunista deve ser incluído de novo na lista negra de países que patrocinam o terrorismo por causa do ciberataque à Sony .

A inclusão nessa lista negra representa restrições à ajuda externa, a proibição das exportações e as vendas da área de defesa, controles sobre certas exportações e diversos impedimentos financeiros e de outro tipo.

Em suas declarações à CNN, Obama não considerou que o ataque contra a Sony Pictures, do qual Washington responsabiliza a Coreia do Norte, tenha sido um "ato de guerra", mas de "cibervandalismo", ao qual os EUA responderão.

O ciberataque, no qual foram roubados e publicados milhares de mensagens eletrônicas e dados dos funcionários da empresa entre o final de novembro e o começo de dezembro, é considerado um ato de represália contra o filme A Entrevista, uma comédia sobre um complô para matar o ditador norte-coreano Kim Jong-un.

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Após a ação, os invasores advertiram que semeariam o terror nos cinemas que projetassem o filme, o que provocou uma retirada em massa da comédia de cartaz e finalmente o cancelamento de sua estreia que estava prevista para 25 de dezembro.

Apesar de se desvincular do fato, a Coreia do Norte elogiou os hackers "sem identificar" quem são, autodenominados Guardians of Peace (Guardiões da Paz), ao considerar que realizaram uma "ação correta", segundo o comunicado da KCNA.

O caso gerou uma intensa polêmica nos EUA sobre a conveniência de ter tirado o filme de cartaz, por causa do medo de um ataque terrorista, o que para muitas vozes críticas representa ceder a uma chantagem contra a liberdade de expressão.

  
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