A pesquisa do Pew Research Center revela que a inteligência artificial gera mais preocupação do que entusiasmo globalmente, destacando a importância do letramento tecnológico e do contato seguro com a tecnologia para reduzir medos e aumentar a compreensão sobre seus benefícios e limites.
A mais recente pesquisa do Pew Research Center, realizada em 25 países com mais de 28 mil participantes, mostra que o avanço da inteligência artificial (IA) desperta mais apreensão do que empolgação em boa parte do mundo. Segundo o estudo How People Around the World View AI, 34% dos entrevistados se dizem mais preocupados do que animados com o aumento do uso da tecnologia em suas rotinas. No Brasil, o índice é um dos mais altos entre as nações pesquisadas.
O relatório indica que o nível de escolaridade e uso de internet influenciam diretamente a forma como as pessoas encaram a IA. Jovens, usuários intensivos de tecnologia e indivíduos com maior escolaridade tendem a demonstrar maior familiaridade e equilíbrio entre entusiasmo e receio. Já entre os grupos com menos acesso digital, a preocupação predomina, um indicativo de que o letramento tecnológico é decisivo para reduzir o medo e promover o uso consciente da IA.
Essa diferença na forma de compreender a tecnologia tem relação direta com a exposição prática. Quanto mais as pessoas interagem com sistemas inteligentes em contextos seguros, mais conseguem perceber seus limites e possibilidades. A pesquisa mostra, em essência, que o medo da IA nasce da distância, e que contato guiado gera compreensão. É nesse ponto que práticas educacionais mediadas por IA ganham relevância.
No TutorMundi, plataforma brasileira de monitoria online com plantões de dúvida e orientação de estudos, a inteligência artificial atua nos bastidores, auxiliando na triagem de perguntas e na revisão de textos, enquanto o atendimento ao aluno é conduzido por tutores humanos. Essa combinação permite que educadores e estudantes se familiarizem com a tecnologia de forma guiada e responsável, vivenciando na prática o que a pesquisa da Pew aponta: quanto maior o contato direto com sistemas inteligentes, menor o medo e maior a compreensão sobre seus limites e potenciais.
Nos últimos doze meses, o TutorMundi registrou mais de um milhão de monitorias concluídas, crescimento de 300% na Rede Adventista de Educação, onde começou em uma unidade e hoje está presente em cinco escolas. Mesmo representando apenas 1% dos alunos da rede, o projeto segue em expansão, um reflexo da confiança construída em torno de resultados acadêmicos consistentes e da integração equilibrada entre inovação tecnológica e valores educacionais.
O estudo da Pew também investigou a confiança em instituições reguladoras: 55% dos entrevistados confiam em seus próprios países para regular a IA, 53% na União Europeia, 37% nos Estados Unidos e 27% na China. Embora as percepções variem, o relatório sugere um consenso crescente de que a regulação da IA exige tanto políticas públicas quanto educação digital, preparando cidadãos para compreender e questionar a tecnologia que utilizam.
(*) Homework inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.