Nos últimos anos, pesquisas de mercado registraram expansão consistente dos ataques digitais, especialmente ransomwares, que já atingiram mais da metade das organizações em algum momento.
No Brasil, o risco aumenta com a combinação entre ambientes complexos, equipes de TI enxutas e sistemas que chegaram ao fim do ciclo de vida, como o Windows 10, que deixou de receber atualizações de segurança em outubro de 2025 e passou a operar com brechas permanentes e não corrigidas .
Igor Moura, COO da Under Protection, reforça que 2026 exige uma revisão profunda da forma como as empresas tratam sua própria exposição. Para ele, manter a segurança limitada a pentests, varreduras de vulnerabilidades e treinamentos pontuais já não é suficiente para reduzir riscos de maneira consistente.
Também é indispensável ter e manter o mapeamento de riscos, não apenas com pentests, scans de vulnerabilidades e treinamentos, mas com desafios frequentes aos processos, tecnologias e pessoas da organização. “Realizar essas atividades apenas para cumprir um checklist se mostrará insuficiente. Empresas que estabelecerem controles desconectados dos objetivos de controle e dos riscos estarão cada vez mais expostas a ataques”, afirma Moura.
Tendências que vão definir o risco em 2026
O cenário do próximo ano será marcado pela expansão dos ataques automatizados, impulsionados por ferramentas que aceleram invasões e reduzem o tempo entre a descoberta de uma falha e sua exploração.
Os ransomwares tendem a se tornar mais destrutivos, combinando sequestro de dados, extorsão e destruição deliberada de informações. Além disso, a engenharia social deve ganhar sofisticação com o uso de dados vazados, permitindo ataques altamente personalizados contra executivos e equipes financeiras.
O checklist essencial antes de entrar em 2026
Com base em frameworks como ISO 27001, NIST, COBIT e ISF, o especialista indica que, para reduzir riscos de forma consistente, as empresas precisam manter um inventário completo e atualizado do ambiente, revisar e documentar suas políticas básicas de segurança, garantir que os sistemas estejam atualizados ou protegidos por controles compensatórios como EDR moderno, monitoramento contínuo e segmentação de rede, além de testar regularmente seus backups. “Também é indispensável realizar pentests e varreduras frequentes de vulnerabilidade e promover treinamento recorrente dos colaboradores”, alerta Igor.
Como construir um plano de segurança vivo
A recomendação para 2026 é substituir planos estáticos por modelos vivos, sustentados por monitoramento contínuo e respostas imediatas. Metodologias como o NG LISA, que analisam pessoas, processos e tecnologia, ajudam a revelar riscos invisíveis e orientar decisões estratégicas com base no impacto real para o negócio.
1. Análise de risco como ponto de partida - Uma avaliação estruturada revela vulnerabilidades e orienta as prioridades.
2. Priorização por impacto operacional e financeiro - Decisões devem considerar risco para caixa, reputação e conformidade.
3. Resposta imediata e monitoramento contínuo - Operações ativas 24 horas por dia impedem que incidentes evoluam para crises maiores.
4. Evolução constante dos controles - Ambientes, fluxos de trabalho e comportamentos mudam, exigindo ajustes constantes.
“A maturidade de segurança precisa ser viva. Quem não evoluir continuamente ficará para trás, e 2026 não dará margem para improviso”, reforça Moura.