Ativista egípcio cria questões de imagem para o Google
Alexei Oreskovic
12 fev2011 - 15h43
(atualizado às 16h35)
O executivo do Google que se tornou um herói da revolução egípcia vale ouro para as relações públicas da empresa, mas analistas afirmam que a companhia deve ter cuidado para não exagerar a mão.
O executivo de marketing Wael Ghonim, do Google, se tornou a face pública da revolta que derrubou o presidente Hosni Mubarak, que entregou o poder para o Exército na sexta-feira. Ghonim foi detido pelas Forças de Segurança e ao ser libertado manteve seu protesto pela renúncia de Mubarak.
Quando o acesso à internet foi cortado no Egito durante a fase inicial dos protestos, os engenheiros do Google trabalhando em conjunto conseguiram uma forma de permitir que os egípcios usassem o Twitter, discando um número de telefone e deixando uma mensagem de voz.
Apesar da associação da empresa com os eventos no Egito, o Google ainda não fez comentários sobre a agitação política no país. Em vez disso, concentrou-se em valores em torno da liberdade de informação e da internet. "Estamos muito orgulhosos de ver o pessoal do Google tomar uma posição sobre essas questões", disse a porta-voz Jill Hazelbaker, na sexta-feira quando questionada sobre Ghonim.
O episódio tem sido positivo para a empresa. "Isso vai dar ao Google um pouco de publicidade positiva", disse Rosabeth Kanter, da Harvard Business School. Mas ela acrescentou: "Eles têm que ser cuidadosos." Consumidores e empresas amam as ferramentas de comunicação que o Google oferece e mantém, mas governos menos democráticos podem ver o Google como uma ameaça. "O Google não será o site de buscas escolhido por eles", disse ela. "(Em tese) você vai lá para vender produtos e serviços, você não vai lá para derrubar o regime."
Os laços de Ghonim com o Google e com a internet tornaram-se parte de sua imagem e seu apelo. "Eu sempre disse que se você quiser libertar uma sociedade, é só dar-lhe a internet", disse Ghonim em uma entrevista à CNN na sexta-feira.
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Ele ajudou a criar uma página no Facebook dedicada às vítimas da brutalidade policial, o que ajudou a desencadear os protestos. Ferramentas da internet, redes sociais como Facebook e Twitter tiveram um papel decisivo na revolta egípcia, ajudando a organizar e a informar os manifestantes. Mas o Google tem feito um progresso irregular em termos do cumprimento do objetivo "Não seja malvado."
A empresa assumiu uma posição pública contrária à censura na China e se retirou parcialmente do território no ano passado, redirecionando internautas para seu site em Hong Kong. Mas censurou seus próprios resultados de busca na China por vários anos antes de transferir o serviço de pesquisa online para Hong Kong.
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1985 - Mubarak discursa na Academia Policial, no Cairo
Foto: Reuters
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1985 - Mubarak (dir.) recebe o Rei Hussein da Jordânia em encontro bilateral no Cairo, às prévias de visita a Washington para debater o processo de paz no Oriente Médio
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1986 - O então presidente francês, François Miterrand, recebe Mubarak no Palácio dos Eliseus, em Paris
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1986 - Mubarak é acompanhado pelo então Ministro da Defesa, Abdel-Halim Abu Ghazala (esq.), e o general Ibrahim Orabi (dir.) em visita a túmulo de soldado
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1986 - Mubarak recebe o senador norte-americano, Gary Hart, para debater o processo de paz no Oriente Médio
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1986 - O então premiê israelense, Shimon Peres, é recebido por Mubarak no Palácio Ras El-Tinn, em Alexandria
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1986 - Palácio Presidencial do Cairo sedia encontro de Mubarak com o então vice-presidente americano, George Bush
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1987 - O presidente Mubarak participa das eleições legislativas, no Cairo; seu Partido Nacional Democrata atualmente domina o parlamento egípcio
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1987 - Mubarak fala à nação em sessão parlamentar de abril, após as eleições legislativas
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1987 - No Palácio Presidencial do Cairo, o Secretário da Defesa americano Caspar Weinberger conversa com Mubarak
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1988 - Mubarak e sua mulher, Suzanne, posam para foto com o presidente Ronald Reagan e a primeira-dama Nancy Reagan, antes de jantar oficial na Casa Branca
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1988 - Mubarak e Reagan, então presidente dos EUA, posam para foto no Salão Oval, na Casa Branca
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1989 - Mubarak fala à Assembleia das Nações Unidas sobre a situação do diálogo entre Israel e Palestina
1989 - Mubarak cumprimenta o Reverendo Jesse Jackson, americano ativista dos Direitos Humanos, em encontro no Cairo
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1989 - Em Tóquio, Mubarak cumprimenta o então presidente israelense, Chaim Herzog, em encontro às margens do enterro do funeral do Imperador japonês Hirohito
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1991 - Mubarak interage com o coronel e líder líbio, Muammar Gaddafi, na chegada do presidente egípcio ao aeroporto de Benghazi
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1992 - O então premiê britânico, John Major, e Mubarak respondem a perguntas de jornalistas no Palácio Presidencial do Cairo
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1994 - No Egito, Mubarak (dir.) sedia encontro histórico entre o premiê israelense, Yitzhak Rabin (esq.), e o líder palestino, Yasser Arafat (centro)
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1997 - Mubarak gesticula em encontro com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, no Egito
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1997 - O então ministro do Exetrior israelense, Shimon Peres (dir.), fala com Mubarak (esq.), para discutir esboços a edição da Conferência Internacional da Paz, em Gênova
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1999 - Mubarak dá gargalhadas com o então presidente americano, Bill Clinton
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2001 - Mubarak é recebido pelo então presidente americano, George W. Bush, no Salão Oval da Casa Branca
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2003 - Lula, então na presidência do Brasil, é recebido por Mubarak em sua chegada ao Egito
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2009 - Mubarak cumprimenta o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, em encontro no Palácio Presidencial do Cairo
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2009 - Mubarak conversa com o presidente israelense, Shimon Peres
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2009 - Mubarak "conversa" com o presidente russo, Dmitri Medvedev, em encontro no Palácio Presidencial do Cairo
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2010 - Mubarak conversa com o atual premiê israelense, Benjamin Netanyahu, no Egito
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2010 - O atual presidente americano, Barack Obama, recebe Mubarak no Salão Oval da Casa Branca, em Washington
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2011 - No 17º dia de protestos populares e em seu último pronunciamento como presidente do Egito, Mubarak avisa à nação que fica na presidência egípcia; menos de 24 horas depois, ele pediria a renúncia
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