Gems do Gemini é promissor, mas limita customização de IA

Gems no Gemini Advanced permite criação de versões personalizadas da IA generativa da Google de forma intuitiva e fácil

13 set 2024 - 06h30
Resumo
Inteligência artificial Gemini Advanced da Google tem nova ferramenta, Gems, para criação de IA personalizada, com limitações em comparação ao ChatGPT.
Foto: Canva

Desde o final de agosto, usuários da versão Gemini Advanced, a Inteligência Artificial Generativa da Google, passaram a ter acesso a uma nova ferramenta, a Gems, que seria o equivalente ao construtor de GPTs customizados disponível no ChatGPT Plus.

A chegada do Gems despertou grande interesse, especialmente em um momento de intensa competição entre as big techs pela liderança no setor de IAs generativas. Essa atualização, que permite criar versões personalizadas da IA, atende a um desejo antigo de usuários que buscavam mais flexibilidade e controle sobre suas interações com o modelo.

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Para quem já constrói seus GPTs personalizados no ChatGPT a falta de uma funcionalidade semelhante no Gemini era um motivo para deixar de investir na versão avançada da IA da Google. Por isso, especialmente para quem tem essa experiência com a construção de GPTs no ChatGPT, ao iniciar o processo de criação de um Gem customizado, as expectativas tendem a ser altas – e certamente impactam na avaliação.

Amigável e “lápis mágico”

De imediato, notei que o Gems tem uma abordagem diferente. A plataforma é extremamente amigável, tanto em termos de usabilidade quanto na assistência oferecida ao longo da criação. A criação de um Gem é simples: você define um nome, aciona o “lápis mágico” e a ferramenta gera automaticamente um conjunto de instruções, incluindo objetivos, propósitos e comportamentos esperados da IA. 

Intuitivo, mas frustrante

É um processo intuitivo e prático, com uma interface que simplifica bastante o trabalho do usuário, diferentemente do ChatGPT, onde a interação é mais direta e menos automatizada. No entanto, o Gems tem uma limitação importante e frustrante: não permite o uso de documentos próprios como base de conhecimento. 

Essa funcionalidade, presente no ChatGPT, é essencial para personalizar profundamente a IA com informações específicas, como manuais empresariais ou relatórios internos. Atualmente, os Gems ainda se baseiam em informações disponíveis publicamente na internet e no conhecimento pré-treinado do modelo, o que pode afetar a precisão e profundidade das respostas em áreas que exigem expertise especializada.

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Para contornar essa limitação, a solução oferecida pelo Google é a inserção de informações via prompts ao longo das interações com o Gem, mas isso adiciona mais camadas ao processo, tornando-o menos direto do que poderia ser.

Ferramenta prática e promissora

Embora ainda tenha espaço para melhorias, a introdução do Gems é um passo importante na evolução das IAs personalizadas. Para usuários que não dependem de bases de dados privadas ou informações altamente específicas, o Gems representa uma ferramenta prática e promissora. Mas para aqueles que precisam de uma IA capaz de trabalhar com documentos internos ou dados confidenciais, a espera por uma solução mais robusta continua.

Por enquanto, a dica é continuar explorando o Gems e testando suas possibilidades. A questão central que fica é: a Google está buscando inovar com o Gemini ou apenas melhorar o que os concorrentes já oferecem? Seja qual for a resposta, a disputa no campo das IAs personalizadas está apenas começando, e o Gems marca mais um capítulo interessante nessa história.

(*) Alexandre Gonçalves é jornalista, fundador da agenteINFORMA – conteúdo e produtos digitais, e desde março de 2023 edita a newsletter agenteGPT, onde compartilha insights e sua experiência de usuário do ChatGPT.

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