Como nosso cérebro supera emoções negativas? Este estudo revela

Cientistas identificaram rede de estruturas no cérebro que pode ajudar a regular as emoções negativas quando vemos algo triste

3 jul 2023 - 13h12
(atualizado às 13h47)
Imagem representa uma médica analisando imagens do cérebro humano
Imagem representa uma médica analisando imagens do cérebro humano
Foto: iStock

A capacidade reduzida de controlar as respostas emocionais, conhecida como desregulação emocional, tem sido associada por pesquisadores ao uso indevido de substâncias, pensamentos e tentativas suicidas, bem como condições como ansiedade e depressão.

Estudos anteriores identificaram diversas estruturas cerebrais que são ativadas quando as pessoas tentam modificar sua resposta emocional após ver algo que geralmente provoca sentimentos negativos.

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Os padrões de atividade cerebral podem mostrar quando uma pessoa está trabalhando ativamente para superar emoções negativas. Com o avanço de pesquisas, isso poderia ajudar a identificar pessoas com maior risco de desenvolver certas condições de saúde mental.

O pesquisador sobre desregulação emocional em pessoas com transtorno por uso de drogas, Jared Rieck, da Universidade do Colorado, em Denver (EUA) e sua equipe queriam examinar a resposta em pessoas sem essa condição.

Para o estudo, eles escanearam o cérebro de 82 voluntários enquanto observavam 15 imagens neutras, como a fotografia de um guarda-chuva, e 30 imagens emocionalmente negativas, como a foto de alguém doente no hospital.

Em seguida, eles pediram aos participantes que tentassem pensar menos negativamente sobre metade das imagens emocionalmente negativas, por exemplo, imaginando em como a pessoa no hospital está recebendo os cuidados médicos que precisa.

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Então, a equipe usou algoritmos de aprendizado de máquina para identificar as regiões do cérebro que eram ativadas apenas quando os participantes tentavam reduzir suas respostas emocionais às imagens.

Resultados

A partir disso, os pesquisadores identificaram uma rede de estruturas implicadas na regulação emocional, distribuídas por todo o cérebro. Alguns deles já haviam sido associados à regulação emocional, como o córtex insular e regiões do córtex pré-frontal, enquanto outros não, como partes do córtex visual no lobo occipital.

Em seguida, a equipe escaneou o cérebro de mais 40 pessoas enquanto elas viam as mesmas imagens. Eles descobriram que os algoritmos anteriores podiam detectar se os participantes estavam apenas visualizando uma imagem negativa ou neutra, ou se estavam sendo instruídos a tentar reduzir sua resposta à imagem negativa. Este experimento teve 82,5% de precisão.

Isso poderia ajudar a identificar pessoas com maior risco de problemas de saúde mental e “poderia servir como um simples marcador de sucesso durante tratamentos como a terapia cognitivo-comportamental”, diz Joshua Gowin, que também participou da pesquisa, em entrevista ao New Scientist.

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Ele reconhece, no entanto, que foi um pequeno estudo feito com jovens adultos com idade média de 21 anos. Os pesquisadores agora planejam comparar os efeitos das terapias baseadas em mindfulness e da terapia cognitivo-comportamental na rede de regulação emocional que identificaram, disse Gowin.

Fonte: Redação Byte
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